Mídia estatal do Irã reporta explosões em Isfahan
Isfahan sedia bases militares e centros de desenvolvimento de energia nuclear, incluindo a principal usina de enriquecimento de urânio do país
A Fars, agência de notícias estatal do Irã, relatou explosões nas redondezas da cidade de Isfahan, 350 quilômetros ao sul da capital, Teerã, na noite desta quinta-feira, 18 de abril.
A mídia iraniana também afirmou que o sistema de defesa aérea derrubou três drones.
Voos comerciais pela região foram suspensos ou tiveram a rota alterada.
Isfahan sedia bases militares e centros de desenvolvimento de energia nuclear, incluindo a principal usina de enriquecimento de urânio do país, Natanz.
Até às 23h25 desta quinta, não há confirmação oficial de que o episódio se trate de um ataque externo.
Diversos veículos da imprensa americana, citando autoridades do governo americano não identificadas, afirmam que as explosões são um ataque de Israel, em retaliação pela ofensiva iraniana de sábado, 13.
Mais informações em instantes…
O ataque iraniano
Após o ataque iraniano com 170 drones, 120 mísseis balísticos e 30 mísseis de cruzeiro contra Israel, autoridades americanas têm buscado evitar uma resposta militar israelense.
O presidente americano Joe Biden está buscando agendar uma reunião do G7 para encontrar uma “solução diplomática“.
Entre os argumentos apresentados para botar panos quentes está o de que Israel interceptou 99% dos projéteis lançados contra o seu território. O resultado surpreendente seria uma vitória israelense, então não haveria motivo para atacar o Irã, que já foi derrotado.
Esse argumento não considera que, apesar de ter falhado, o ataque iraniano foi feito para dar certo. Ao lançar um número nunca antes visto de drones e mísseis contra outro país, os iranianos queriam causar morte e destruição, e não apenas mandar um sinal, um recado.
“O pacote de projéteis foi inspirado naqueles que os russos usaram repetidamente contra a Ucrânia, com grande efeito“, afirma o Instituto do Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), em Washington.
Os drones foram lançados muito antes dos mísseis balísticos, provavelmente com a intenção de que, se eles chegassem ao mesmo tempo a Israel, sobrecarregariam o funcionamento dos sistemas de defesa antiaérea. Trata-se de uma técnica que tem sido muito usada pelos russos na Ucrânia.
Os iranianos sabiam que Israel teria um desempenho melhor que o dos ucranianos, mas não tinham ideia de que seus inimigos se sairiam tão bem.
“A taxa média de interceptação das defesas aéreas ucranianas é de 46% dos mísseis balísticos russos nos maiores ataques. Os iranianos muito provavelmente sabiam que as taxas israelenses seriam maiores que a dos ucranianos, mas não acima dos 90% contra os mísseis balísticos — os russos afinal, nunca dispararam tantos mísseis balísticos em um único ataque contra a Ucrânia“, afirma o Instituto.
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