Diretor da Braskem admite responsabilidade pelo afundamento de Maceió
O vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes de Carvalho, prestou depoimento na CPI do Senado
O vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes de Carvalho, admitiu, pela primeira vez, nesta quarta-feira, 10, a responsabilidade da petroquímica pelo afundamento do solo de Maceió. A declaração ocorreu durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a empresa.
“A Braskem tem, sim, contribuição e é responsável pelo evento ocorrido em Maceió, isso já ficou claro. Não é à toa que todos os esforços da companhia têm sido colocados para reparar, mitigar, compensar todo dano causado da subsidência na região”, disse Arantes.
Marcelo Arantes é vice-presidente Global de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da Braskem. Ele foi destacado pela empresa para atuar em Maceió na comunicação da empresa junto a comunidades locais
Ele admitiu a responsabilidade após o senador Dr. Hiran (PP-RR) ter alegado que a empresa sempre evitou reconhecer a responsabilidade sobre o caso. “Se a culpa não é da Braskem, essa culpa seria de quem?”, questionou o parlamentar.
Arantes ainda lembrou que, como parte desse reconhecimento, foi negociado o plano de pagamento de compensação financeira iniciado em 2019 a moradores e proprietários de terrenos e imóveis na região afetada.
Até agora, a Braskem pagou R$ 9,2 bilhões por danos causados pelas minas de sal-gema localizadas na capital alagoana. Ao todo, a empresa reservou R$ 14,4 bilhões para ações relativas a esse problema.
O afundamento de Maceió
A CPI da Braskem investiga o afundamento do solo provocado por uma mina de sal-gema da empresa em Maceió, no Alagoas.
Em novembro do ano passado, a prefeitura de Maceió decretou estado de emergência na cidade por 180 dias. À época, a causa era o risco iminente de colapso de uma mina da Braskem, localizada na região da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
As minas localizadas na região são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração, mas que estavam sendo fechadas desde que o SGB (Serviço Geológico do Brasil) confirmou que a atividade realizada pela Braskem provocou o fenômeno geológico na região.
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