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Cardeal acusa Biden de selecionar crenças a seu favor

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 02.04.2024 06:15 comentários
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Cardeal acusa Biden de selecionar crenças a seu favor

Líder religioso em Washington D.C. critica postura flexível do presidente americano sobre ensinamentos da Igreja

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Alexandre Borges
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Cardeal acusa Biden de selecionar crenças a seu favor
Foto: Cardeal Wilton D. Gregory (CNS)

O Cardeal Wilton Gregory, arcebispo de Washington, D.C., capital dos EUA, criticou o presidente Joe Biden por adotar uma postura seletiva em relação aos ensinamentos da Igreja Católica, adequando sua fé às conveniências políticas, em vez de seguir integralmente os preceitos religiosos.

Durante uma entrevista ao programa “Face the Nation” da CBS, Gregory utilizou o termo “católico de cafeteria” para descrever a atitude de Biden, indicando que o presidente escolhe as partes da doutrina católica que lhe são favoráveis e ignora aquelas que apresentam desafios à sua agenda política.

As recentes declarações do arcebispo destacam um ceticismo crescente entre os católicos americanos quanto à sinceridade da fé proclamada por Biden, que se descreve como “católico devoto”. Pesquisas conduzidas pela Pew Research revelam que a maioria dos americanos questiona a profundidade do compromisso religioso do presidente, com apenas 13% considerando-o “muito religioso”.

Esta crítica ganha contornos mais sérios quando se observa a reação de figuras religiosas influentes, como o Papa Francisco, que apontou para a “incoerência” entre as crenças católicas de Biden e sua posição no debate sobre o aborto.

A polêmica foi amplificada por atitudes de Biden, como a celebração do “Dia da Visibilidade Transgênero” no Domingo de Páscoa, que provocaram reações adversas em setores da comunidade cristã e em políticos conservadores.

Páscoa e o Dia da Visibilidade Transgênera

A decisão da Casa Branca de proclamar o Dia da Visibilidade Transgênera neste 31 de março, domingo de Páscoa, desencadeou uma onda de críticas por parte de conservadores e outros setores da sociedade americana.

Segundo a Fox News, o anúncio gerou reações adversas nas redes sociais, acusando o presidente Joe Biden de atacar o cristianismo ao sobrepor uma data importante para a comunidade LGBTQ+ a uma das mais sagradas celebrações cristãs.

Além das críticas sobre a proclamação, observadores destacaram a celebração pela Casa Branca de pelo menos outras sete datas comemorativas relacionadas às questões LGBTQ+, incluindo o “Dia Nacional de Sair do Armário” em outubro e o “Dia da Memória Transgênera” em novembro.

O presidente Biden, que se identifica como católico, publicou uma mensagem no domingo de Páscoa celebrando a ressurreição de Jesus, numa tentativa de equilibrar as mensagens e abordagens da administração às diversas comunidades.

Em um comunicado, a Casa Branca exaltou a coragem e as contribuições dos americanos transgêneros, reafirmando o compromisso da nação com a igualdade e o tratamento igualitário. “Hoje, enviamos uma mensagem a todos os americanos transgêneros: vocês são amados, ouvidos, compreendidos. Vocês pertencem. Vocês são a América, e minha administração inteira e eu apoiamos vocês”, declarou o comunicado.

O presidente americano Joe Biden disse, no X:

“No Dia da Visibilidade Transgênero, celebramos a alegria, a força e a coragem absoluta de algumas das pessoas mais corajosas que conheço. Hoje, mostramos a milhões de americanos transexuais e não binários que os vemos, que pertencem e que devem ser tratados com dignidade e respeito.”

A vice-presidente Kamala Harris também expressou seu apoio em um tweet: “No Dia da Visibilidade Transgênero, celebramos os americanos transgêneros e não-binários. Sua coragem deu a inúmeros outros força, mas ninguém deveria precisar ser corajoso apenas para ser quem é. Nós vemos vocês. Nós apoiamos vocês. Não vamos parar de lutar por vocês.”

A escolha da data provocou o repúdio de setores que viram na ação um ataque direto ao cristianismo. O Dia Internacional da Visibilidade Transgênero, criado por ativistas há mais de dez anos e celebrado anualmente em 31 de março, não é uma data flutuante como a Páscoa.

A campanha de Trump pediu que Biden pedisse desculpas pela proclamação. “Pedimos à falida campanha de Joe Biden e à Casa Branca que emitam um pedido de desculpas aos milhões de católicos e cristãos em toda a América que acreditam que amanhã é apenas para uma celebração – a ressurreição de Jesus Cristo”, afirmou Karoline Leavitt.

A Casa Branca, através do porta-voz Andrew Bates, defendeu a inclusão e a união, criticando políticos que, segundo ele, buscam dividir e enfraquecer o país com retórica cruel, odiosa e desonesta. Bates reiterou que o presidente Biden nunca utilizaria sua fé para fins políticos.

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