Crusoé: Como o México influencia a política imigratória americana
Para especialista, relação de Washington com Andrés Manuel López Obrador dita tônica de como país, porta de entrada da imigração ilegal, cuidará da questão
Cinco meses antes de Donald Trump e Joe Biden disputarem pela segunda vez seguida as eleições presidenciais americanas, os mexicanos irão às urnas escolher o sucessor de Andrés Manuel López Obrador. A cadeira a ser vaga por AMLO (que não pode concorrer a um segundo mandato) importa aos Estados Unidos não apenas porque o país é hoje o maior importador dos EUA, mas porque ele controla a fronteira sudoeste, onde se concentra a onda de imigração ilegal que o país sofre.
Para a professora Ana Uribe Alvarado, da Universidade de Colima, a política de AMLO — que lidou com os dois presidentes americanos em seus seis anos de mandato — pela primeira vez resolveu tratar o país como igual a Washington na questão da fronteira. Enquanto Washington cobra maior endurecimento no controle de migrantes que querem entrar ilegalmente ali, AMLO quer que os Estados Unidos combatam o crime organizado que age como um Estado paralelo na região, abastecendo o mercado americano de drogas.
O presidente mexicano chega com a popularidade alta no ano final de seu mandato, com mais de 70% de aprovação do seu mandato. Isso deve permitir que a ex-governadora da capital e sua afilhada política, Claudia Sheinbaum, se torne a primeira presidente mulher do país neste ano. E mantenha seu discurso sobre a fronteira norte mexicana.
A seguir, trechos da entrevista, adaptados e traduzidos do espanhol:
Como se dá a relação de López Obrador e os EUA, hoje?
É importante mencionar, antes de mais nada, que relação de López Obrador com Trump não é a mesma que com Biden. E é importante mencionar que a política migratória mexicana tem a ver com a maneira que os presidentes mexicanos se relacionam com os presidentes dos EUA.
Agora respondendo objetivamente a sua questão, o presidente López Obrador pela primeira vez teve uma relação com os EUA que o permitiu dignificar o seu discurso. De poder dizer que o México e os EUA têm uma relação e iguais, muito diferente da relação com Trump — quando os Estados Unidos chegava e ordenava o que deveriam fazer.
Leia mais aqui; assine Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)