Crusoé: Democracias condenam prisões na Venezuela; Brasil silencia
Argentina, Uruguai e Paraguai publicaram notas criticando a detenção dos assessores da opositora María Corina Machado. Enquanto isso, o Brasil segue apoiando o ditador Maduro
Argentina, Uruguai e Paraguai condenaram as prisões de dois assessores de campanha da opositora María Corina Machado na Venezuela nesta quarta, 20. O Brasil, mais uma vez, preferiu a omissão.
Na noite desta quarta, María Corina denunciou a prisão de Henry Alviárez e Dignora Hernández (na foto, à direita, ao lado de María Corina), dois de seus colaboradores mais próximos. No total, sete assessores da opositora foram detidos nos últimos três meses.
O Ministério de Relações Exteriores do Uruguai publicou um comunicado às 21 horas de quarta: “Os acontecimentos das últimas horas confirmam a deterioração progressiva da situação política na Venezuela, uma escalada que corrobora o afastamento definitivo dos Acordos de Barbados por parte do governo venezuelano. O Uruguai condena essas ações arbitrárias e acompanha com preocupação e solidariedade esses acontecimentos em que, desde as estruturas do Estado, os direitos humanos dos opositores do regime são atropelados. O nosso país junta-se ao apelo da comunidade democrática internacional para a libertação imediata de todos os detidos por razões políticas“.
O Ministério de Relações Exteriores da Argentina, governada por Javier Milei, publicou a sua nota, citando nominalmente os detidos e exigindo a libertação deles: “O governo da República Argentina condena firmemente e expressa o seu absoluto repúdio à detenção arbitrária pelas autoridades venezuelanas de Henry Alviarez e Dignora Hernández, líderes do Vente Venezuela e à emissão de mandados de prisão contra outros líderes desse grupo político. A República Argentina exige do governo da Venezuela a rápida libertação dos líderes detidos, a cessação das prisões arbitrárias de representantes da oposição, que constituem ações contrárias ao espírito democrático e ameaçam o surgimento de novos líderes políticos e a sua legitimação cidadã”.
A nota dos argentinos finaliza com uma firme declaração de princípios: “A Argentina se junta ao apelo do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da Venezuela para acabar com o assédio contra os opositores políticos, ao mesmo tempo que reafirma o seu compromisso com a defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos e defende a realização de eleições democráticas, transparentes, eleições presidenciais competitivas, com plena participação de todos os candidatos políticos e com a presença de observação eleitoral externa“.
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