Lavrov usou avião da FAB para encontrar Lula em Brasília
Governo liberou aeronave para o chanceler como forma de driblar as sanções internacionais contra a Rússia
O chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar do Rio de Janeiro até Brasília para um encontro com o presidente Lula (PT). A reunião entre o enviado de Vladimir Putin e o petista aconteceu na noite desta quinta-feira, 22, no Palácio da Alvorada.
Lavrov estava no Rio para a reunião de ministros de Relações Exteriores do G20, o grupo das maiores economias do mundo. Antes ele esteve em Cuba e na Venezuela.
Risco de desabastecimento
Inicialmente, a previsão era que ele voasse para Brasília no avião oficial do governo russo, mas havia um risco de desabastecimento da aeronave. Isso porque a empresa responsável por abastecimento na capital federal não poderia fornecer combustível devido a sanções impostas pelos Estados Unidos em resposta à guerra na Ucrânia.
Por conta disso, o avião da FAB foi liberado pelo governo Lula como forma de driblar as sanções internacionais impostas ao governo Putin. Após o encontro com Lula, Lavrov voltou ao Rio de Janeiro e iria retomar sua viagem na aeronave oficial da Rússia até o Marrocos.
“Acontece que aqui no Brasil praticamente não existem empresas que abastecem aeronaves que não sejam de propriedade de corporações ocidentais. Mas quero destacar a atuação dos anfitriões brasileiros, que fizeram de tudo para resolver essa questão”, disse o chanceler de Vladimir Putin, segundo a agência russa de notícias Sputnik.
A colaboração de Lula
Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que o presidente e o chanceler discutiram temas da agenda bilateral, questões globais e os debates ocorridos no G20. Ainda segundo o comunicado, o brasileiro confirmou ao russo que irá à Rússia para a próxima cúpula do Brics.
“O chanceler Lavrov expôs as posições da Rússia em relação ao conflito na Ucrânia. O presidente Lula reiterou a posição de que o Brasil continua disposto a colaborar com os esforços em favor da paz”, afirmou.
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