Letícia Barros na Crusoé: Nossos policiais não são demônios
Culpar a instituição e isentar bandidos, chefes do tráfico e milicianos pela morte de inocentes é injusto e inaceitável
A politização da manifestação artística e cultural sempre foi presente nos diferentes períodos da história da humanidade. No Brasil de hoje, porém, além da politização, temos a ideologização ou partidarização cada vez mais evidente. É compreensível, já que vivenciamos um verdadeiro protagonismo de alguns políticos. Basta lembrarmos dos recentes escândalos de corrupção, dos incontáveis abusos de autoridade do Judiciário e da polarização que inundou o país. Nessa conjuntura é que a escola de samba Vai-Vai exibiu no Sambódromo do Anhembi fantasias de policiais com chifres e asas de demônios. Traduzindo: a Vai-Vai mostrou para o mundo sua visão da polícia: demoníaca.
A demonização da Polícia Militar não é recente e advém, majoritariamente, de um viés de esquerda. O filme “Tropa de Elite”, de 17 anos atrás, expõe uma cena de uma discussão em uma universidade que gira em torno da atuação de policiais. Todos os alunos apontam a polícia como violenta e o único que sai em defesa é Matias, o personagem que é policial militar. O recorte do filme é o Rio de Janeiro. Saindo da ficção e olhando para a realidade, é claro que a demonização da Polícia Militar surge de algumas operações nas comunidades, hoje tomadas pelo tráfico e pela milícia. Mas é preciso haver bom senso.
O papel da Polícia Militar, segundo a Constituição Federal, divide-se em dois: policiamento ostensivo – atuação preventiva e repressiva – e preservação da ordem pública. Isso significa que a Polícia Militar é a polícia diretamente envolvida com a comunidade, a que faz a ronda, a que prende em flagrante, a que vigia, a que mantém a ordem. Ser policial militar é colocar a própria vida em risco, em prol da sociedade. Isso conseguimos visualizar facilmente quando lemos notícias sobre a morte de policiais militares em operações, nas mãos de bandidos durante saída temporária ou em confronto policial. A natureza da atividade policial, por si só, é violenta.
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