Cid: nunca houve prova de fraude nas urnas
Em mensagens trocadas com militar, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro reconhece fracasso em demonstrar que eleição foi roubada
Em meio às muitas novidades sobre a movimentação golpista do governo Bolsonaro reveladas na última quinta-feira, 8, ganharam pouca atenção as mensagens em que o tenente-coronel Mauro Cid reconhece que por mais que tivessem tentado, os aliados do ex-presidente não haviam conseguido comprovar nenhum tipo de fraude nas urnas eletrônicas e no sistema de votação.
É muito importante, no entanto, ressaltar esse fato, porque Jair Bolsonaro continua insinuando aqui e ali que foi roubado nas eleições. Mas ele não exibe e jamais vai exibir provas, pois elas não existem.
Fracasso absoluto
As mensagens em que Mauro Cid reconhece o fracasso absoluto em demonstrar que os números da eleição foram falsificados foram enviadas a Hélio Ferreira Lima, outro tenente-coronel e integrante das Forças Especiais que colaborava com a trama para manter Jair Bolsonaro no poder.
Cid relata uma movimentação frenética para esquadrinhar o código fontes das urnas e o log das votações. Ele diz que receberam documentos e pen drives de várias origens, que infiltraram pessoas em vários lugares para encontrar uma “bala de prata”, mas não conseguiram.
“Cara, é muita denúncia”, diz o braço direito de Bolsonaro. “Não é pouca não, é muita. É matemático. Estatístico. PhD. É… aquelas… é, denúncias sigilosas. Vai encontrar o cara no mercadinho. Vai encontrar o cara na garagem o cara passa um pen drive. Tem de tudo, cara. Mas ninguém, ninguém ainda chegou com uma coisa que fale que, que consiga abrir uma investigação. Entendeu?”
No final da conversa, o tenente-coronel Ferreira Lima está frustrado. Ele continua querendo uma “virada de mesa”, para usar a expressão do general Augusto Heleno. Afinal de contas, Bolsonaro “prometeu”.
As transcrições das mensagens de Cid
“Tudo tem justificativa”
Quem quiser continuar acreditando numa fraude eleitoral depois dessas confissões de Cid é um caso perdido para a lógica, para a realidade e para a honestidade.
Fiquemos com a frase do ajudante de ordens de Bolsonaro que resume tudo: “Tá difícil ter alguma prova. Porque, assim, na verdade tudo tem uma justificativa. Tudo, mas tudo tem uma justificativa.”
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