Crusoé: O escudo de Gilmar
Rodrigo Mudrovitsch, advogado do ministro do STF, torna-se vice-presidente do tribunal da OEA que julga violações de direitos humanos
Advogado do ministro Gilmar Mendes, do STF, Rodrigo Mudrovitsch (no centro da foto, com bata vermelha), é o novo vice-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), tribunal da OEA que julga violações de direitos humanos, diz Crusoé.
“Sendo o ministro mais antigo no Supremo Tribunal Federal, o STF, o decano Gilmar Mendes exerce uma influência descomunal na principal Corte brasileira. Nomeado por Fernando Henrique Cardoso, ele foi um ferrenho defensor das causas tucanas. Depois, aproximou-se dos governos de Lula e de Jair Bolsonaro, arquitetando seus planos nos corredores do tribunal. Mas sua influência não se restringe ao território brasileiro. Seu advogado, Rodrigo Mudrovitsch, indicado por Bolsonaro para a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 2020, assumiu em 29 de janeiro a vice-presidência do tribunal, ligado à Organização dos Estados Americanos, OEA. De San José, na Costa Rica, onde fica a sede da Corte, Mudrovitsch serve como um escudo avançado para o STF e Gilmar Mendes.”
“Um dia após Mudrovitsch assumir o novo cargo, Gilmar Mendes o parabenizou com uma mensagem no X, antigo Twitter: ‘Congratulo o juiz da Corte Interamericana Rodrigo Mudrovitsch pela posse como vice-presidente do tribunal. Um grande e importante passo para a Justiça brasileira! Que seus precedentes continuem iluminando o avanço da pauta de proteção dos direitos fundamentais no Brasil’.”
“É uma situação anômala, porque Mudrovitsch não é um especialista em direitos humanos. Quando seu nome foi anunciado por Bolsonaro como candidato para a Corte, o meio jurídico ficou surpreso. Sua área de especialização é o direito penal econômico. Sua banca de advocacia fez fama ao defender grandes empresas e alvos da Lava Jato, como a petista Gleisi Hoffmann e o empresário Eike Batista. À época de sua indicação, uma comissão de juristas independentes apontou essa falha no currículo de Mudrovitsch. Os especialistas constataram que ele foi incapaz de comprovar um conhecimento sobre direitos humanos em seu currículo, nos processos em que tinha atuado ou na entrevista que fizeram com ele.”
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