Dois generais cearenses foram alvos da operação Tempus Veritatis
Dois generais cearenses foram alvos da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal: Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Cals Theóphilo
Dois generais cearenses foram alvos da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 8 de janeiro. Um deles, o general Paulo Sérgio Nogueira, foi comandante do Exército e ministro da Defesa. O outro, Estevam Cals Theóphilo comandou a 10ª Região Militar, em Fortaleza.
Ambos são cearenses. Sergio Nogueira foi o último ministro da Defesa no governo Jair Bolsonaro (PL), tendo assumido o posto quando o general Walter Braga Netto, outro alvo da operação desta quinta-feira, 8, deixou o cargo para ser candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, em 2022.
Estevam Cals Theóphilo comandou a 10ª Região Militar (10ª RM) da capital cearense, tendo chegado ao posto máximo no Comando de Operações Terrestres do Exército. Foi também diretor de Ensino do Colégio Militar de Fortaleza.
A operação de busca e apreensão realizada na casa do general Estevam (segundo fontes próximas, a PF levou celular, computador, armas e passaporte) ocorreu, segundo o jornal cearense O POVO, com base na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, segundo a qual Estevam Theóphilo teria prometido a Bolsonaro que a sua tropa estaria na rua para apoiar um golpe de Estado.
Segundo matéria do Estadão, as investigações da PF indicam que Estevam seria “o responsável operacional pelo emprego da tropa caso a medida de intervenção se concretizasse”. Caberia também “às forças especiais do Exercito a missão de efetuar a prisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes assim que o decreto presidencial fosse assinado”.
Cid teria apresentado mensagens que dariam força a sua versão, assim como registros da participação de Estevam Theóphilo na reunião em que se discutiu a minuta do golpe. Fontes próximas a Estevam, porém, afirmam que não há nenhum respaldo para o mandado de busca e apreensão, que o nome dele não aparece em nenhuma conversa e que sua “única culpa é ter comandado o comando de operação terrestre na época de Bolsonaro”
O irmão de Estevam Theóphilo, o também general Guilherme Theóphilo, foi candidato ao governo do Ceará pelo PSDB, em 2018 e atualmente e presidente do diretório municipal do partido Novo, em Fortaleza. No governo Bolsonaro, foi secretário nacional de Segurança Pública enquanto o ministro da Justiça e Segurança Pública era Sergio Moro, tendo se afastado do bolsonarismo nessa mesma ocasião em que o ex-ministro deixou o governo.
Os dois descendem de família que está no Exército desde os tempos do Brasil Império.
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