Apesar do discurso de campanha, o presidente Lula (PT) deixou a área social em segundo plano para priorizar a pauta da economia ao longo do último ano. Levantamento do jornal O Globo mostrou que ministros da área econômica tiveram três vezes mais encontros que os titulares de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família.

Segundo o levantamento, feito com base na agenda pública da presidência, Lula esteve em 51 oportunidades com os ministros Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).

Enquanto isso, foram 155 reuniões com os responsáveis pela Fazenda, Fernando Haddad; Planejamento, Simone Tebet; Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin; e Gestão, Esther Dweck. As informações são referentes ao período de 1º de janeiro de 2023 a 1º de fevereiro deste ano.

Em 2023, pautas como a reforma tributárias e o pacote de medidas do ministro Fernando Haddad para ampliar a arrecadação estiveram no centro do debate no governo federal.

O levantamento mostrou ainda que a pauta ambiental também foi deixada em segundo plano no ano passado. Juntas, as ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) estiveram em 21 reuniões no gabinete presidencial, número 86% menor do que o volume de reuniões com a área econômica. As duas figuram entre os auxiliares menos recebidos pelo presidente até agora.