Juiz defende direitos de hospital católico em caso sobre DIU
Decisão judicial autonomia e estatutos do Hospital São Camilo frente a ação do PSOL
O Tribunal de Justiça de São Paulo, em decisão proferida pelo juiz Otavio Tioiti Tokuda, reafirmou a autonomia do Hospital São Camilo, em São Paulo, ao rejeitar uma liminar que visava obrigar a instituição a inserir dispositivos intrauterinos (DIU) em pacientes.
O juiz ressaltou que há outras instituições de saúde disponíveis para realizar o serviço de inserção do DIU, assegurando assim a liberdade de escolha para os pacientes.
Esta determinação jurídica enfatiza a consonância do hospital com seus próprios estatutos e princípios, sublinhando que ninguém é obrigado a procurar uma instituição com diretrizes claras contra a realização de procedimentos contraceptivos para adotar tais métodos.
A ação, impetrada pela bancada feminista do PSOL-SP, argumentava que, por prestar serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital deveria estar subordinado às regras do direito público, incluindo a oferta de contraceptivos como o DIU.
O juiz destacou a natureza privada e confessional católica do Hospital São Camilo, cuja missão e valores são explicitamente definidos em documentos públicos como a “Carta de Princípios” e os valores de “Empatia”, “Espiritualidade”, “Ética”, “Fraternidade”, “Humanização” e “Transparência”.
Compromisso com princípios fundamentais
Em sua “Carta de Princípios”, os camilianos, responsáveis pela Província Camiliana Brasileira e pela administração do Hospital São Camilo, declaram seu compromisso de fidelidade aos ideais de São Camilo de Lellis, enfatizando o serviço com “amor evangélico e competência profissional” e a promoção da saúde em todas as suas dimensões — biológica, psíquica, social e espiritual.
Este documento sublinha o respeito à vida “desde o momento inicial até o seu fim natural”, o que fundamenta a postura do hospital contra procedimentos contraceptivos nos casos em que não haja risco de vida para a mãe. Esta determinação reafirma o direito das instituições de saúde de operar em conformidade com seus princípios e valores.
A instituição baseia-se em valores éticos, cristãos e eclesiais, como expresso na carta, promovendo a dignidade humana e o cuidado responsável. A decisão do juiz Tokuda reforça a importância de tais valores, evidenciando a legitimidade do hospital em aderir a seus princípios sem ser compelido a praticar atos contrários a eles.
Acesso a serviços de saúde e liberdade de escolha
Embora a decisão tenha gerado controvérsia, especialmente entre os que veem nela uma restrição ao acesso a serviços de “planejamento familiar”, o Hospital São Camilo reitera sua disposição em prestar cuidados de saúde alinhados aos seus estatutos.
A decisão judicial em favor do Hospital São Camilo não apenas resguarda sua autonomia institucional, mas também reitera o compromisso do hospital com a missão camiliana de “cuidar da vida e valorizá-la”, conforme delineado em seus documentos fundacionais.
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