Após espionagem da Abin, Anatel vai apurar conduta da Tim, Claro e Vivo
Investigações da Polícia Federal apontam que as telefônicas teriam sido atingidas pelo monitoramento feito pelo software espião FirstMile
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que abriu processos administrativos para investigar se as operadoras de telefonia Tim, Claro e Vivo sabiam ou se omitiram sobre o esquema de espionagem de celulares de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Investigações da Polícia Federal apontam que as telefônicas teriam sido atingidas pelo monitoramento feito pelo software espião “FirstMile”.
De acordo com as investigações, A chamada Abin pararela teria sido criada durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ) como diretor da agência. A espionagem teria ocorrido contra adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro e as informações repassadas ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
Segundo a Anatel, a investigação busca esclarecer se houve conhecimento e cooperação das prestadoras de serviços de telefonia com a Abin e investigar possíveis falhas que poderiam permitir acessos indevidos. As empresas afirmaram não ter conhecimento prévio ou comunicação com a agência sobre o esquema.
“Também informaram terem implementado soluções de bloqueio quanto a possíveis acessos indevidos por meio dos protocolos de interconexão internacional. Além disso, informaram terem realizado testes para confirmar a suficiência da solução”, disse a Anatel em nota.
Ainda de acordo com a Anatel, a implementação de soluções de segurança pode ocorrer não apenas como reação a incidentes, mas também como medida preventiva e parte da gestão de riscos, em conformidade com as regulamentações setoriais.
“As prestadoras têm fornecido informações à Agência sobre o tema e foi acordada nova rodada de testes sobre a suficiência das soluções de bloqueio implementadas. Eventual constatação de indícios de descumprimento de obrigações enseja a abertura de processos sancionadores, que respeitam o devido processo legal de defesa e contraditório”, afirmou a agência.
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