Ramagem diz que foi intimado a depor à PF
Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão contra Ramagem no âmbito de investigações do caso da Abin paralela
O deputado federal e ex-diretor da Abin no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem (PL-RJ; foto), afirmou nesta quarta-feira, 31 de janeiro, que foi intimado a depor à Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações sobre a Abin paralela.
O depoimento está marcado para final de fevereiro, segundo o deputado.
“Fui finalmente intimado para o final de fevereiro. No mandado de busca eu não tive intimação, eu perguntei. Até [falei]: vamos ao interrogatório. ‘Não, não tem intimação, vai ser posterior’. Diferente do que a imprensa noticiou. Só fui intimado agora”, disse a jornalistas nesta quarta.
Operação contra Ramagem
Agentes da Polícia Federal cumpriram 21 mandados de busca e apreensão no âmbito de investigações do caso da Abin paralela em 25 de janeiro. Dentre os alvos, estava Ramagem.
Como noticiou O Antagonista quando a espionagem ilegal foi revelada, em março, a Abin na gestão Bolsonaro usou de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem a devida autorização judicial e sem o conhecimento dos alvos.
As buscas desta quinta estão sendo conduzidas tanto no gabinete de Ramagem quanto em seu apartamento funcional na Câmara dos Deputados, segundo a Globo News.
Até o momento, os nomes dos demais envolvidos não foram divulgados.
Dos 21 mandados de busca e apreensão desta quinta, 18 são em Brasília, um na cidade do Rio de Janeiro e dois no estado de Minas Gerais (Juiz de Fora e São João del Rei).
Além das buscas, a Polícia Federal está adotando medidas alternativas à prisão, incluindo a suspensão imediata de sete policiais federais supostamente envolvidos no monitoramento ilegal.
Primeira Milha
Essa operação, denominada ”Vigilância Aproximada”, é um desdobramento da operação ”Primeira Milha”, que teve início em outubro com o objetivo de investigar o suposto uso criminoso da ferramenta de espionagem por geolocalização, chamada ”FirstMile”.
As investigações da Polícia Federal apontaram que o software adquirido pelo governo utilizava dados de GPS para monitorar ilegalmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Segundo a gestão da Abin do governo Lula, o programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
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