Oposição vai ao TCU e à PGR para investigar provocações da Secom após ação da PF
Deputado Ubiratan Sanderson apresentou denúncias para se apurar possível desvio de finalidade
Deputados de oposição ao governo Lula ingressaram com representações no Tribunal de Contas da União e na Procuradoria-Geral da República nesta segunda-feira, 29, para investigar possível desvio de finalidade nas contas da Secom após postagens de caráter irônico feitas pelo Palácio do Planalto alusivas à operação da PF que mirou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Como mostramos mais cedo, a Secom do governo Lula aproveitou a operação da Polícia Federal contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para debochar da família Bolsonaro. O perfil da Secom no X, ex-Twitter, publicou a hashtag #GRANDEDIA, celebrizada pela família Bolsonaro, em postagem sobre o novo salário mínimo que dizia “Só notícia boa!”.
A conta Governo do Brasil na mesma rede fez outra alusão aos adversários de Lula, ao usar o bordão “toc, toc, toc” em postagem sobre a visita de agentes comunitários para combater o mosquito da dente. O termo foi cunhado pela ex-deputada Joice Hasselmann, em discurso proferido na Câmara dos Deputados. Desde então vem sendo usado pela ex-congressista para criticar a família Bolsonaro.
Qual é a justificativa para a representação?
“Ao debochar reiteradamente de seus adversários políticos, muitos deles declaradamente pessoais, observa-se que o presidente Lula da Silva, ainda que indiretamente, tem utilizado a estrutura da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal como um subterfúgio para sua promoção pessoal”, diz o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) na representação apresentada ao TCU e na denúncia impetrada na Procuradoria-Geral da República.
“A situação que, por si, é flagrantemente ilegal por afronta aos princípios norteadores da Administração Pública e do que preceitua a Constituição Federal”, acrescenta o parlamentar.
Paulo Pimenta nega provocação da Secom
Em entrevista à Globo News, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, negou que as mensagens tenham caráter político. Para ele, o governo Lula apenas “surfou na onda” dos assuntos mais comentados da internet.
“Quando um jornalista vai gerar um tema, ele vai no Google e utilizar a repercussão para vincular à mensagem. O assunto que ‘está bombando’. É isso o que a gente faz”, disse Pimenta.
“Eu acho que a gente tem que perceber, eu acho que o governo deve utilizar a sua comunicação institucional considerando todas as mudanças e as formas como as pessoas se comunicam”, acrescentou.
“E eu acho que fomos bem-sucedidos. Tivemos mais de um milhão de interações em cada uma das redes sociais. (…) Nossa centralidade na mensagem foi o tema da dengue, e o fato de estarmos aqui conversando sobre isso mostra que nós conseguimos, em meio a tantas notícias que hoje, durante o dia, chamaram a atenção dos telespectadores e dos internautas, jogar o foco para o tema da dengue, que era a nossa ação”, desconversou o ministro.
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