Plano de ‘Abin paralela’ foi revelado por Bebianno em 2020
Ministro disse, em 2020, que Carlos Bolsonaro tinha a intenção de criar uma "Abin paralela" e que seu pai, o ex-presidente Bolsonaro, sabia do plano
Ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), Gustavo Bebianno disse, em março de 2020, pouco antes de morrer, que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) tinha a intenção de criar uma “Abin paralela” e que seu pai, o ex-presidente, sabia do plano. O vereador foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta segunda-feira, 29, que apura interferências na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Um belo dia o Carlos me aparece com o nome de um delegado Federal e três agentes, que seria uma Abin paralela”, disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Questionado sobre como o presidente reagiu ao plano do filho, Bebianno respondeu: “De forma passiva, desviando, não enfrentou o assunto e a coisa foi sendo cozinhada”, ele respondeu.
Ainda durante a entrevista, Bebianno disse que ele e o general Carlos Alberto Santos Cruz, também ex-ministro de Bolsonaro, teriam desaconselhado o presidente de aceitar o plano do filho. A resistência de ambos teria sido o motivo de suas demissões.
“Existe uma paranoia familiar de não se confiar em ninguém”, disse Bebianno à época.
A entrevista foi veiculada no dia 2 de março de 2020. Bebbiano morreu no dia 14, após sofrer um infarto.
Operação Abin paralela
A operação desta segunda que mirou o vereador Carlos Bolsonaro é um desdobramento da operação Vigilância Aproximada, desencadeada na semana passada e que mirou o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Mais conhecido como Carluxo, o filho do ex-presidente é investigado por ter supostamente sido beneficiado das informações produzidas pela chamada “Abin paralela”.
Segundo a PF, o ex-diretor-geral da Abin utilizou o software First Mile para monitorar aproximadamente 1,5 mil pessoas. Todas de forma ilegal.
Durante as buscas em endereços ligados ao vereador, a PF apreendeu dois celulares e um notebook que estava em posse de Carlos Bolsonaro. Também foram apreendidos um pen drive, cartões de memória entre outras mídias eletrônicas.
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