O Los Angeles Times anunciou nesta terça-feira, 23, que demitirá cerca de 20% de seu pessoal de redação devido á dificuldades financeiras. O jornal disse que demitirá pelo menos 115 pessoas – a maior consistência de demissões em seus 142 anos de história, de acordo com a BBC.

As demissões acontecem após uma série de outras demissões em massa na indústria de mídia dos EUA, incluindo em organizações como a Sports Illustrated e a editora de música independente Pitchfork. Uma repórter chamou a situação de “dia sombrio” para o LA Times.

Prejuízos financeiros insustentáveis são o motivo das demissões

Patrick Soon-Shiong, proprietário do jornal, afirmou em um relatório publicado na terça-feira que as demissões foram decorrentes de perdas financeiras significativas e insustentáveis ​​de $30 a $40 milhões por ano.

“Decisão dolorosa, mas é imperativo que ajamos com urgência para garantir um jornal próspero e sustentável para a geração seguinte”, disse Soon-Shiong.

Um memorando enviado aos membros sindicalizados da redação informou que 94 posições cobertas pelo sindicato estavam entre as demissões – isso equivale a um quarto de todos os membros sindicalizados, de acordo com o jornal.

Impacto nas redações e perda de nomes importantes

“‘Dia sombrio no Los Angeles Times”, disse Matt Pearce, repórter do jornal e presidente do Media Guild of the West. “Muitos departamentos e clusters em toda a redação serão fortemente atingidos.”

Editores seniores foram afetados, incluindo Kimbriell Kelly, chefe do escritório de Washington. Vários fotógrafos premiados e a unidade de vídeo do jornal também perderam seus empregos.

Proprietário culpa antiga liderança do jornal

Soon-Shiong comprou o LA Times em 2018 e já havia alertado que demissões estavam por vir, o que provocou um protesto de um dia por parte da equipe na sexta-feira.

Em uma entrevista ao LA Times, Soon-Shiong culpou a antiga liderança do jornal pelos desafios financeiros atuais. O jornal não atingiu seus objetivos de assinantes digitais e enfrentou dificuldades para gerar receita publicitária sustentável, disse ele.

“É difícil refletir sobre os recentes anos tumultuados, durante os quais nosso negócio enfrentou desafios significativos, incluindo perdas que ultrapassaram $100 milhões em despesas operacionais e de capital”, afirmou.

No entanto, Soon-Shiong garantiu que ainda apoia a empresa e acredita em seu futuro. Ele adquiriu a propriedade do LA Times, do seu jornal irmão, o San Diego Union-Tribune, e de algumas outras propriedades de mídia em 2018 por $500 milhões.

“Não estamos em tumulto. Temos um plano real”, declarou.