Agentes penitenciários são mantidos reféns no Equador
Mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários estão sendo mantidos como reféns por detentos em pelo menos cinco prisões do Equador...
Mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários estão sendo mantidos como reféns por detentos em pelo menos cinco prisões do Equador. O país tem enfrentado uma escalada de violência nos últimos dias, o que levou o presidente Daniel Noboa a declarar estado de emergência por 60 dias.
Desde a madrugada de segunda-feira, as tomadas de reféns têm ocorrido nas prisões, coincidindo com a fuga do líder da gangue Los Choneros, Adolfo Macías, conhecido como Fito, no fim de semana. Como resposta a essa situação, o presidente Noboa nomeou 22 gangues como organizações terroristas, tornando-as alvos militares oficiais.
As autoridades afirmam que a violência é uma reação ao plano do presidente de construir uma nova prisão de alta segurança para os líderes das gangues. Poucas informações foram divulgadas sobre os reféns nas prisões, mas a agência prisional SNAI informou que 125 deles são guardas e 14 são funcionários administrativos. Onze pessoas foram libertadas na terça-feira.
Qual a situação dos trabalhadores de penitenciárias do Equador?
A polícia nacional e as Forças Armadas estão trabalhando para proteger a integridade dos funcionários do serviço de segurança prisional que estão detidos. Vídeos que circulam nas mídias sociais mostram cenas de violência extrema contra os funcionários da prisão, incluindo tiros e enforcamento, mas ainda não foi possível verificar a autenticidade desse material.
Além dos agentes penitenciários e funcionários, quatro policiais também estão sendo mantidos como reféns por criminosos. Três outros policiais foram libertados na terça-feira. Em resposta aos incidentes de violência, a polícia informou que já foram realizadas 70 prisões desde segunda-feira.
Em Guayaquil, a maior cidade do país, três corpos foram encontrados em um carro incendiado durante a noite. Dois policiais também foram mortos por homens armados na província de Guayas. A polícia ainda não divulgou mais detalhes sobre esses casos.
As ruas de Quito e Guayaquil estão calmas nesta quarta-feira, 10, com muitas empresas fechadas. A China, um grande investidor no Equador, anunciou o fechamento temporário da embaixada e dos consulados no país.
Como medida de segurança, as escolas em todo o país foram fechadas e as aulas estão sendo ministradas virtualmente. Os moradores relatam que a sensação é semelhante aos confinamentos vivenciados durante a pandemia.
Onda de violência no Equador
A crise teve início na segunda-feira, 8, quando ocorreu a fuga de Fito da prisão.
Para tentar conter o avanço da violência, o presidente Daniel Noboa autorizou a atuação das Forças Armadas nas ruas, em apoio à polícia. As cidades do país registraram invasões, explosões e sequestros. Segundo informações da imprensa equatoriana, oito pessoas morreram em Guayaquil e outras duas em Nobol.
Penitenciárias em todo o país sofreram tentativas de motim, com o sequestro de guardas. Pelo menos sete policiais também foram sequestrados nas cidades de Machala e Quito. Há indícios ainda de que um brasileiro tenha sido sequestrado em Guayaquil.
Foram identificadas 22 facções como organizações terroristas e atores beligerantes não estatais.
As Forças Armadas foram autorizadas a executar operações militares para neutralizar esses grupos criminosos. A ação resultou, até o momento, na detenção de 70 pessoas, na recaptura de 17 presos e na liberação de três policiais que haviam sido sequestrados.
Países da América Latina, como Argentina, Colômbia e Bolívia oferecem ajuda ao Equador para contornar a crise de segurança. O Brasil apenas manifestou solidariedade.
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