Rodrigo Oliveira na Crusoé: A matemágica na economia
O primeiro ano de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda termina com o desmascarar de...
O primeiro ano de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda termina com o desmascarar de diversos truques matemágicos. Os mais atentos vão lembrar das diversas promessas do ministro e dos resultados muito aquém do esperado.
Enfrentando um segundo semestre inteiro de queda real na arrecadação, Haddad sabe que a meta de zerar o déficit primário no ano que vem será uma missão impossível.
Os resultados a apresentar para o balanço de 2023 ficaram aquém do esperado sob quaisquer aspectos. A começar pela expectativa de resultado primário (a diferença entre despesas e receitas, excetuadas as de origem financeira) para este ano.
Quando da apresentação da proposta do novo arcabouço fiscal, em março, o Power Point da Fazenda mostrava uma expectativa de fechamento do ano com déficit primário na casa de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Em julho, Haddad desconversou e deu declarações de que a meta seria de 1% de déficit “desde o começo do ano”.
Agora, a caminho de fechar o ano com as despesas abaixo das receitas em mais de 2% do PIB, é possível avaliar com um pouco mais de calma as peculiares estimativas da equipe econômica, sempre equivocadas e superestimadas.
Em janeiro, Haddad apresentou um plano que envolvia a reversão de desonerações, mudanças no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e uma renegociação especial de dívidas chamada Litígio Zero.
A reversão dos gastos fiscais fracassou, e 2023 caminha para fechar o ano com o governo concedendo cerca de 125 bilhões de reais em desonerações até novembro, contra 107 bilhões de reais no mesmo período do ano anterior.
A desorganização e a incompetência política do governo proporcionaram outro choque de realidade para as estimativas de arrecadação. A revisão da lei do Carf e o Programa Litígio Zero deveriam proporcionar aumento na receita de cerca de 50 bilhões de reais. Mas a medida do Carf só…
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