Exclusivo: Doleiro de Márcio Thomaz Bastos operou para primo de Nelson Jobim
O Antagonista revelou ontem que o doleiro Marco Antônio Cursini contou à Polícia Federal - numa delação firmada em 2007 e mantida em sigilo - que Márcio Thomaz Bastos tinha uma conta secreta na Suíça. Não era o único...
O Antagonista revelou ontem que o doleiro Marco Antônio Cursini contou à Polícia Federal – numa delação firmada em 2007 e mantida em sigilo – que Márcio Thomaz Bastos tinha uma conta secreta na Suíça.
Não era o único. Cursini era o principal operador de remessas ilegais de bancos, como Credit Suisse, BSI, Deutsche Bank e UBS, além de Leu Bank e Clariden Bank. Na sua carteira de clientes, estavam OAS, Camargo Corrêa, diversos políticos e operadores.
No anexo que trata das operações envolvendo o Bank Hofmann (posteriormente adquirido pelo Clariden Leu), o doleiro anexou uma ficha com o nome de Atan de Azevedo Barbosa, primo de primeiro grau de Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo e ex-ministro de FHC (Justiça) e Lula (Defesa).
No documento, Cursini informa que fazia depósitos para Atan Barbosa em duas contas bancárias, uma em seu nome, no Itaú, e outra no nome de Cristiane Barbosa, no Unibanco, provavelmente mulher de Atan.
O doleiro não deu detalhes das operações, pois não foi questionado sobre elas.
Na Lava Jato, Atan foi alvo de condução coercitiva e, posteriormente, indiciado pela Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele foi acusado de usar consultorias de fachada para pagamento de propina.
No relatório, a PF citou um repasse de R$ 1,3 milhão ao ex-gerente Pedro Barusco, por causa de um contrato da Petrobras com a Iesa Óleo e Gás. A PF, inclusive, confirmou que o primo de Jobim usava contas no Hofmann Bank e no Clariden Leu.
Curiosamente, Atan ficou de fora da denúncia apresentada pelo MPF sobre a Operação My Way.
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