Crusoé: “Contratos entre gerações”
O Censo demográfico, divulgado no final de julho, trouxe dados inesperados sobre a população brasileira. Constatou-se que o país possui 203,1 milhões de habitantes, cerca de 4 milhões a menos do que o projetado...
O Censo demográfico, divulgado no final de julho, trouxe dados inesperados sobre a população brasileira. Constatou-se que o país possui 203,1 milhões de habitantes, cerca de 4 milhões a menos do que o projetado.
Os brasileiros, na média, estão vivendo mais. No entanto, também há menos crianças nascendo. Feito o balanço, o crescimento populacional da última década foi o menor já registrado nos 150 anos de realização do censo.
No jargão dos estudiosos, o Brasil passa por uma transição demográfica. Está ficando mais velho. E daí?
No final de 2022, o filósofo inglês William MacAskill lançou um livro que atraiu muita atenção: What We Owe the Future (O que devemos ao futuro). Alguns bilionários da tecnologia, como Elon Musk, puseram o volume em sua mesa de cabeceira, porque ele pede que o leitor reflita sobre como ações de hoje podem condicionar o futuro distante da humanidade – a possibilidade de ainda existirmos daqui a, digamos, 2 ou 3 milhões de anos.
Esse modo de pensar foi batizado de “longotermismo” e sua intuição fundamental é que se toda vida humana tem valor, independentemente de onde ou quando ela é vivida, estamos obrigados a levar em consideração as consequências de longo prazo de cada uma de nossas escolhas. E como o número de humanos do futuro é potencialmente muito maior que os de hoje e do passado combinados, assegurar que essas pessoas possam existir deveria ser alçado ao topo de nossas considerações morais.
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