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Renan Calheiros (logo ele) toma o lado das decisões monocráticas

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Rodolfo Borges
3 minutos de leitura 24.11.2023 09:25 comentários
Análise

Renan Calheiros (logo ele) toma o lado das decisões monocráticas

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou na noite de quinta-feira, 23, a aprovação da PEC do STF, que pretende limitar as decisões monocráticas (individuais) de ministros do Supremo Tribunal Federal....

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Rodolfo Borges
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Renan Calheiros (logo ele) toma o lado das decisões monocráticas
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou na noite de quinta-feira, 23, a aprovação da PEC do STF, que pretende limitar as decisões monocráticas (individuais) de ministros do Supremo Tribunal Federal. “A interferência no STF já foi recusada no passado e a Corte adaptou o seu regimento”, disse em post publicado no X, ex-Twitter.

“Portanto, não há nenhum resultado concreto com a PEC analisada. Tudo se resume a uma ação política que debilita o STF, guardião da Democracia e da institucionalidade”, analisou o senador, acrescentando: “O equilíbrio entre os poderes é o amálgama das Democracias e não ingrediente de alquimias políticas efêmeras com riscos de fissuras eternas”.

Renan finalizou a mensagem dizendo que “a separação dos poderes é cláusula pétrea, como frisou Gilmar Mendes em sua justa indignação”. Ou seja, confrontou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e afagou os ministros do STF, mencionando nominalmente o decano da Corte.

É um movimento político óbvio para um senador que figura sempre entre os candidatos a assumir a Presidência do Senado (tem eleição em 2025) e que conseguiu se livrar dos 18 inquéritos que o acossaram no STF. Mas há uma ironia no posicionamento de Renan, protagonista de um dos descumprimentos de decisão monocrática mais célebres da República.

 

Em 2016, quando presidia o Senado, o alagoano foi alvo de uma liminar do hoje ministro aposentado Marco Aurélio Mello. A decisão obrigava Renan a deixar a cadeira de presidente após se tornar réu no STF. A Mesa Diretora do Senado decidiu não cumprir a liminar e esperar por uma decisão do… plenário do STF. É o que defendem hoje os senadores que votaram para aprovar a PEC do STF.

“Ao tomar uma decisão para afastar, a nove dias do término do mandato, um presidente do Senado Federal, chefe de um Poder, por decisão monocrática… A democracia, mesmo no Brasil, não merece esse fim”, justificou-se Renan à época. O plenário do STF decidiu por mantê-lo no posto, por seis votos a três — apenas nove ministros participaram da decisão.

Habilidoso, o senador toma o cuidado de manter um argumento comum entre seus discursos de 2016 e de 2023, e abriga sua posição atual na “separação dos poderes”. Mas seu passado é mais eloquente.

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Rodolfo Borges

Rodolfo Borges é jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou em veículos como Correio Braziliense, Istoé Dinheiro, portal R7 e El País Brasil.

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