Crusoé: Elizeta Ramos, solução temporária que pode virar definitiva
Desde 27 de setembro, um dia depois do final do mandato de Augusto Aras, a Procuradoria-Geral da República é chefiada interinamente pela subprocuradora Elizeta Maria de Paiva Ramos. Nunca um chefe de Poder Executivo demorou tanto tempo para escolher um PGR. E Lula tem suas razões para isso, diz Crusoé...
Desde 27 de setembro, um dia depois do final do mandato de Augusto Aras, a Procuradoria-Geral da República é chefiada interinamente pela subprocuradora Elizeta Maria de Paiva Ramos. Nunca um chefe de Poder Executivo demorou tanto tempo para escolher um PGR. E Lula tem suas razões para isso, diz Crusoé.
“O motivo da demora é simples (e também constrangedor): Lula tem medo. Está nas mãos do PGR pedir a abertura de um processo criminal contra o presidente. E o líder petista, que passou 580 dias na prisão entre 2017 e 2018, quer ter certeza absoluta de que não será surpreendido por aquele que indicar. Nenhum dos nomes apresentados até agora ao seu escrutínio o deixou completamente à vontade. Por isso, ele adia a decisão. Integrantes do Palácio do Planalto são unânimes em afirmar que o petista não tem a menor pressa, pois começou a achar confortável a situação que criou com Elizeta. Quanto mais ela ocupa a cadeira, mas cresce a chance de que seja efetivada — desde que não desagrade o presidente ou lhe cause sobressaltos. É uma espécie de estágio probatório, dizem alguns petistas. Outros, menos sutis, dizem que Lula mantém uma espada sobre a cabeça da PGR interina, que por isso nem pensa em sair da linha.”
“Durante vários meses, figuras influentes de Brasília e do PT tentaram emplacar seus candidatos. O subprocurador Paulo Gonet chegou a ser tido como escolha certa. Seu nome é defendido pelos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Lula, no entanto, foi convencido pela ala petista de que Gonet poderia ser mais fiel a Gilmar e a Moraes que a ele próprio.”
“A situação se inverteu no caso do subprocurador-geral da República Antônio Carlos Bigonha. Ele era defendido por integrantes do PT, ao passo que ministros do STF diziam que indicá-lo seria um erro equivalente ao de escolher Rodrigo Janot, que comandou a PGR no auge da Lava Jato. Bigonha, de qualquer forma, não ‘encantou’ Lula.”
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