IA: “Os benefícios superam os riscos”
David Brooks, colunista do The New York Times, defende que a tecnologia pode complementar a humanidade em vez de substituí-la
O colunista David Brooks publicou artigo intitulado “Os benefícios da IA superam os riscos” no The New York Times. Ele expressa uma visão otimista sobre a inteligência artificial, reconhecendo os perigos, mas destacando seu potencial para melhorar a vida humana.
Brooks começa observando que, apesar das preocupações de muitos de seus amigos intelectuais, ele acredita que a IA não será tão poderosa quanto alguns defensores preveem. “Não acho que a IA será capaz de nos substituir — acredito que será apenas uma ferramenta útil”, afirma.
O autor refuta a ideia de que a mente humana é meramente um processador de informações, citando o acadêmico canadense Michael Ignatieff: “O que fazemos não é processamento. Não é computação. Não é análise de dados. É uma atividade distintamente humana, uma combinação complexa de reflexão consciente e inconsciente, racional e intuitiva, lógica e emocional.” Para Brooks, essa visão mais rica da mente humana evidencia as limitações da IA.
Ele também menciona a diferença entre as ambições dos tecnólogos e a realidade do conhecimento científico sobre o cérebro humano: “O cérebro é um universo próprio. Às vezes, ouço pessoas da área de tecnologia dizendo que estão construindo máquinas que pensam como pessoas. Eu relato essa ambição a neurocientistas e a resposta deles é: isso seria um truque incrível, porque não sabemos como as pessoas pensam.”
Brooks ressalta que a mente humana evoluiu para muito mais do que prever a próxima palavra em uma frase. Ela busca amor, sabedoria, bondade, beleza e significado, atividades que a IA não pode replicar. “A mente da IA carece de consciência, compreensão, biologia, autoconsciência, emoções, sentimentos morais e uma visão de mundo única baseada em uma vida de experiências distintas e irrepetíveis”, enfatiza.
O autor cita Angus Fletcher, da Ohio State University, que destacou em um podcast algumas diferenças cruciais entre o pensamento humano e a “mente” da IA. Fletcher argumenta que a IA pode fazer correlações, mas tem dificuldades com causa e efeito, narrativas e compreensão do tempo.
Embora admita não saber para onde a IA está caminhando, Brooks acredita que muitos estão sendo descuidados ao atribuir características humanas aos bots. Ele vê a IA como uma aliada, uma inteligência diferente, mais poderosa em certos aspectos, mas mais limitada em outros.
Ele aponta várias aplicações práticas da IA que já estão melhorando vidas, como ajudar em tarefas burocráticas e educacionais, tornando o conhecimento especializado acessível a comunidades carentes e aumentando a produtividade. “Pode ser bom para nós, graduados em ciências humanas”, sugere, citando Peter Thiel, que acredita que a IA será mais benéfica para pessoas de humanas do que para aquelas de exatas.
Brooks também destaca estudos mostrando que a IA melhora o desempenho de pessoas menos experientes mais do que o das mais experientes, promovendo igualdade e aumentando a produtividade. “Um estudo de 2023 da Harvard Business School descobriu que consultores que trabalharam com IA produziram resultados 40% melhores em 18 tarefas diferentes”, menciona.
Apesar dos riscos, Brooks conclui que a maior realização da IA será nos lembrar do que ela não pode fazer, nos incentivando a valorizar ainda mais nossas qualidades humanas únicas. Citando Keats, ele encerra: “Estou certo de nada além da santidade das afeições do coração e da verdade da imaginação.”
Quem é David Brooks
David Brooks é um colunista de opinião americano, conhecido por seus artigos no The New York Times. Formado em história, ele frequentemente aborda temas de política, cultura e sociedade. Brooks é autor de vários livros, incluindo “The Social Animal” e “The Road to Character”, e foi agraciado com diversos prêmios por sua contribuição ao jornalismo e à literatura.
Desempenho de Ações de Empresas de IA
O desempenho recente das ações de empresas de inteligência artificial (IA) no mercado tem gerado entusiasmo e preocupação, destacando-se por suas oscilações marcantes.
NVIDIA Corp (NVDA)
A NVIDIA tem se destacado como uma das principais beneficiárias do boom da IA, com suas ações subindo 161,72% em 2023. A empresa é conhecida por seus chips gráficos essenciais para o treinamento de modelos de IA.
Apple (AAPL)
As ações da Apple atingiram um valor recorde recentemente, fechando a US$ 207,15 após uma apresentação sobre inteligência artificial na Worldwide Developers Conference (WWDC). O valor de mercado da Apple alcançou US$ 3,17 trilhões, consolidando-se como a segunda maior companhia dos Estados Unidos, atrás apenas da Microsoft. A alta foi impulsionada pela promessa de integração do ChatGPT 4.0 da OpenAI com a Siri, entre outras inovações em IA.
Microsoft (MSFT)
A Microsoft, uma das principais acionistas da OpenAI, continua a ser um player dominante no mercado de IA. Recentemente, a empresa decidiu deixar seu assento de observador no conselho da OpenAI, mas mantém uma parceria estratégica com a startup de IA. A gigante da tecnologia também está investindo pesadamente em IA através de sua plataforma Azure e outras iniciativas.
OpenAI
Embora a OpenAI não seja uma empresa de capital aberto, suas parcerias com gigantes como Microsoft e Apple têm um impacto significativo no mercado. A integração de suas tecnologias, como o ChatGPT, em produtos de consumo e empresariais está ajudando a impulsionar a adoção de IA em larga escala. A governança da OpenAI também tem atraído atenção regulatória, o que pode influenciar futuras colaborações e investimentos.
Procept BioRobotics Corp (PRCT)
As ações da Procept BioRobotics, que desenvolve soluções robóticas para urologia, aumentaram 91,34% em 2023, demonstrando o forte impacto da IA na área da saúde.
AeroVironment Inc. (AVAV)
Especializada em aeronaves não tripuladas, a AeroVironment viu suas ações subirem 78,44% em 2023, refletindo o crescimento da IA no setor aeroespacial.
SoundHound AI Inc (SOUN)
A SoundHound, focada em reconhecimento de voz e IA conversacional, teve um aumento de 61,47% em suas ações em 2023, mostrando a demanda crescente por tecnologias de interação humana.
Helix Energy Solutions Group Inc (HLX)
Helix, que oferece soluções de robótica submarina, viu suas ações crescerem 48,70% em 2023, destacando o papel da IA em operações subaquáticas.
Intuitive Surgical Inc (ISRG)
Conhecida por seus sistemas cirúrgicos robóticos, as ações da Intuitive Surgical subiram 41,89% em 2023, evidenciando a importância da IA na medicina.
Pegasystems Inc. (PEGA)
Pegasystems, que oferece software de automação e IA, teve um aumento mais modesto de 14,80% em 2023, mas ainda assim positivo.
Apesar do desempenho positivo de algumas empresas, o mercado de ações de IA tem mostrado volatilidade. Recentemente, houve uma queda nos preços das ações de IA, com o índice Nasdaq Composite caindo mais de 8% de seu pico recente. Isso se deve a preocupações com a valorização excessiva das ações, dúvidas sobre a monetização a curto prazo da IA e uma rotação para ações de pequena capitalização em antecipação a cortes nas taxas de juros pelo Fed.
As ações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. Ltd. (TSMC) caíram 20% de seu pico recente, apesar de um forte relatório de ganhos no segundo trimestre. A Alphabet Inc. (GOOGL) também viu suas ações caírem após o último relatório de ganhos, apesar de um crescimento de receita de 14%. Além disso, as ações da Super Micro Computer (SMCI) caíram 46% desde seu pico em março.
O mercado de ações de IA continua a ser um campo promissor, mas volátil. Empresas como NVIDIA e Procept BioRobotics têm mostrado desempenhos impressionantes, enquanto outras enfrentam desafios devido a avaliações esticadas e mudanças na percepção do mercado. Investidores interessados em ações de IA devem estar preparados para a volatilidade e fazer uma análise cuidadosa das métricas fundamentais das empresas antes de investir.
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