Como identificar imagens falsas
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Discernir o real do falso hoje em dia é um desafio até para quem trabalha com informação, como nós jornalistas. A proliferação de ferramentas de inteligência artificial (IA) que geram imagens incrivelmente realistas torna essa tarefa cada dia mais complexa.
Imagens geradas por IA, mostrando o ex-presidente Donald Trump cercado por eleitores negros, viralizaram, destacando o uso político da tecnologia para manipular percepções. Num evento igualmente perturbador, falsas imagens pornográficas da cantora Taylor Swift, também criadas por IA, provocaram a indignação dos fãs.
Este guia, inspirado no trabalho de Peter Chiykowski e enriquecido com informações adicionais, oferece um conjunto de ferramentas essenciais para navegar nesse cenário e identificar imagens falsas:
1. Falhas comuns de imagens geradas por IA:
A IA, embora poderosa, ainda apresenta limitações que podem ser exploradas para identificar imagens falsas.
Simetria e Padrões
A IA tem dificuldade em replicar a simetria perfeita e lidar com padrões complexos na natureza. Preste atenção a:
- Faces: Rosto desproporcional, olhos desalinhados, dentes irregulares ou assimetrias faciais podem indicar manipulação. Um erro típico é com mãos que podem aparecer com mais de cinco dedos.
- Folhas e Flores: Observe se as pétalas, folhas ou outros elementos apresentam simetria anormal ou padrões repetitivos inconsistentes.
- Texturas: Texturas borradas, distorcidas ou com padrões artificiais podem ser um sinal de falsificação.
Distorções Através de Vidro
A IA frequentemente falha ao representar objetos vistos através de superfícies transparentes, como vidros ou líquidos. Procure por:
- Reflexos: Observe se reflexos em espelhos ou vitrines estão distorcidos, incompletos ou ausentes.
- Refração: A refração da luz através da água ou do vidro pode estar incorreta ou inconsistente.
- Transparência: Objetos transparentes podem apresentar cores opacas ou bordas irregulares.
Erros em Textos
Imagens falsas geradas por IA podem conter erros ortográficos, gramaticais ou de pontuação. Verifique se há:
- Inconsistências: Erros de concordância, ortografia ou gramática podem indicar falta de revisão humana.
- Traduções ruins: Imagens traduzidas automaticamente podem conter erros gramaticais ou de vocabulário.
- Legendas estranhas: Legendas que não condizem com a imagem ou que apresentam linguagem artificial podem ser um sinal de alerta.
2. Investigando a Origem da Imagem
Pesquisa Reversa de Imagens
Utilize ferramentas online como Google Imagens para encontrar a origem da imagem e verificar se ela foi manipulada ou utilizada em outros contextos.
Verificação de Fontes
Confirme a confiabilidade da fonte que publicou a imagem. Pesquise a reputação do site, autor ou plataforma e verifique se há histórico de notícias falsas ou conteúdo enganoso.
Data e Contexto
Analise a data de criação da imagem e o contexto em que ela está sendo utilizada. Imagens antigas podem ser utilizadas para representar eventos atuais, ou vice-versa.
3. Ferramentas e Recursos Adicionais:
- Extensões para Navegadores: Ferramentas como o InVID Verification Plugin ou o Fake News Alert podem auxiliar na identificação de imagens falsas e notícias enganosas.
- Sites de Verificação de Fatos: Plataformas como AFP Checamos, Lupa e Agência Pública verificam a veracidade de imagens e informações, oferecendo um filtro importante contra a desinformação.
4. Conscientização e Ceticismo:
Mantenha-se cético em relação a imagens que parecem boas demais para ser verdade. Desconfie de conteúdo sensacionalista, emocionalmente chocante ou que apresenta inconsistências.
5. Compartilhamento Responsável:
Evite compartilhar imagens de fontes não confiáveis ou sem verificar sua autenticidade.
Lembre-se: a identificação de imagens falsas exige atenção aos detalhes, investigação e ceticismo. Ao utilizar as ferramentas e recursos disponíveis, você estará mais apto a navegar pelo mundo digital com discernimento e a proteger-se da desinformação.
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