Universidade se desculpa após erro trágico levar estudante ao suicídio
Estudante foi informada erroneamente de que não poderia seguir no curso
Mared Foulkes, uma jovem de 21 anos, tirou sua própria vida após receber um e-mail da Universidade de Cardiff informando que ela havia sido reprovada em um exame – um erro que só foi corrigido após sua morte.
A estudante de farmácia, natural de Menai Bridge, no País de Gales, foi informada incorretamente de que não poderia avançar para o terceiro ano de seu curso, o que a deixou profundamente abalada. Somente depois de sua morte, no dia 8 de julho de 2020, sua família descobriu que Mared havia, na verdade, sido aprovada no exame com 62%, bem acima do que os 39% informados inicialmente.
Durante o inquérito realizado em 2021, a mãe de Mared, Iona Foulkes, declarou que a jovem “acreditava ter falhado e não poderia voltar a Cardiff”. Segundo a família, o impacto da mensagem errônea e o subsequente silêncio por parte da instituição foram “devastadores”.
“Complexidade e confusão”
Na audiência, a legista Katie Sutherland criticou a “complexidade e confusão” nos métodos de comunicação da universidade sobre resultados acadêmicos, classificando o caso como um exemplo trágico de falta de clareza que contribuiu para a decisão de Mared.
A universidade de Cardiff já se desculpou pela falha e prometeu revisar seu sistema de comunicação para evitar mal-entendidos, além de aprimorar a “linguagem e o tom” de suas correspondências. Entretanto, os pais de Mared, agora envolvidos na campanha “For the 100” – uma referência às cerca de 100 mortes anuais de estudantes universitários no Reino Unido por suicídio – defendem que as universidades britânicas implementem políticas mais robustas de apoio à saúde mental dos estudantes.
O caso de Mared Foulkes expôs não apenas uma falha administrativa, mas também o silêncio e a desconexão entre a instituição e a família. Segundo Iona, nove meses antes de sua morte, Mared buscou apoio psicológico na universidade, informação que só foi revelada à família um ano depois.
“Isso não pode acontecer novamente”, desabafou Iona, que tem trabalhado com advogados para propor a criação de um sistema de “opt-out” nas universidades, permitindo que familiares sejam informados sobre problemas de saúde mental dos alunos, caso estes não se oponham formalmente.
A Universidade de Cardiff, embora aberta à discussão sobre novas abordagens de segurança para a saúde mental dos estudantes, reiterou que deve “respeitar a privacidade dos alunos”.
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