Novo coronavírus: pesquisadores americanos começarão a testar uma droga para combater o inimigo
Enquanto o número de infectados pelo novo coronavírus sobe no mundo inteiro, populações de países vão sendo confinadas para evitar o contágio e a economia colapsa, centenas de pesquisadores trabalham dia e noite, para encontrar um remédio que impeça a disseminação da Covid-19...
Enquanto o número de infectados pelo novo coronavírus sobe no mundo inteiro, populações de países vão sendo confinadas para evitar o contágio e a economia colapsa, centenas de pesquisadores trabalham dia e noite, para encontrar um remédio que impeça a disseminação da Covid-19,
De acordo com uma extensa reportagem do New York Times, uma abordagem diferente está sendo tentada pela equipe do Quantitative Biosciences Institute Coronavirus Research Group, da Universidade da Califórnia, em São Francisco. Eles buscam uma droga capaz de blindar as proteínas nas células humanas utilizadas pelo coronavírus para sobreviver no nosso organismo e reproduzir-se.
Comandados por Nevan Krogan, diretor do instituto californiano, a equipe avança com velocidade impressionante. A descoberta de quais proteínas são usadas pelo coronavírus para instalar-se nas células humanas, por exemplo, é o tipo de processo que costuma demorar dois anos, em média. Pois bem, a equipe encarregada dessa descoberta levou apenas poucos meses para mapear essas proteínas. Ela é composta pelos mesmos pesquisadores que fizeram mapeamento semelhante no caso do HIV e do vírus da dengue.
De posse do mapeamento, que contabilizou mais de 400 proteínas que parecem servir de porta de entrada para o novo coronavírus, a outra parte da equipe californiana, chefiada pelo químico Kevan Shokat vasculha, entre 20 mil medicamentos aprovados pela FDA, aqueles que podem interagir com as proteínas do mapa feito pelos pesquisadores de Krogan. Dessas, 50 revelaram-se promissoras.
De acordo com o New York Times, as primeiras 10 drogas dessa lista de 50 foram despachadas nesta terça-feira para o laboratório do Global Health and Emerging Pathogens Institute, do Hospital Monte Sinai, em Nova York. Elas serão despachadas também para o Instituto Pasteur, em Paris. Em ambas as instituições, as drogas serão testadas em coronavírus vivos inoculados em células alheias. No caso do laboratório nova-iorquino, os coronavírus foram injetados em células de macacos. Os testes começam no próximo fim de semana.
As drogas que funcionarem contra o novo coronavírus serão provavelmente testadas em furões, de acordo com o New York Times, porque esses animais podem contrair a SARS, doença semelhante à Covid-19. Mesmo sendo drogas conhecidas, é preciso verificar se, além de funcionar, elas são seguras para o tratamento da nova doença.
Outra frente de pesquisadores continua a procurar drogas que ataquem diretamente o coronavírus. Na Itália, como já publicamos, um remédio originalmente usado contra artrite reumatoide está dando algum resultado; na França, começaram a utilizar uma substância originalmente utilizada para combater a malária, a cloroquina, com algum desempenho positivo para casos muito graves. Mas os efeitos colaterais podem ser perigosos e a amostragem é pequena. Na China, o antiviral favipiravir, fornecido por pesquisadores japoneses, funcionou com 80 pacientes testados.
Nos Estados Unidos, segundo o New York Times, a aposta do momento é na substância remdesivir, que impede a reprodução de inúmeros vírus. Em fevereiro, os pesquisadores descobriram que ela pode eliminar o novo coronavírus de células infectadas. Cinco testes clínicos estão em andamento desde então, de acordo com o jornal.
É preciso correr.
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