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Marido que dopava esposa para estupros coletivos admite crimes

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 17.09.2024 07:05 comentários
Sociedade

Marido que dopava esposa para estupros coletivos admite crimes

O julgamento chocante de Dominique Pélicot, que filmou os abusos e permitiu que mais de 70 homens violentassem sua esposa, expõe os horrores do crime

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Marido que dopava esposa para estupros coletivos admite crimes
Foto: Reprodução

Dominique Pélicot, réu pelo crime de drogar sua esposa para que dezenas de homens a estuprassem ao longo de quase uma década, confessou nesta terça, 17, em um tribunal em Avignon, no sul da França, ser “um estuprador”.

Pélicot, de 71 anos, admitiu que recrutava homens pela internet para abusar sexualmente de Gisèle Pélicot, sua então esposa, enquanto ela estava inconsciente por conta de drogas administradas por ele. “Sou um estuprador, como todos os outros nesta sala. Todos sabiam disso, não podem dizer o contrário”, declarou, referindo-se aos 50 outros réus que também são acusados de participar dos crimes.

Os abusos ocorreram entre 2011 e 2020, período em que Gisèle, dopada, era violentada por estranhos em sua própria casa. O caso, que chocou a França, expôs a prática conhecida como “submissão química”, em que drogas são usadas para incapacitar vítimas de agressão sexual. Dominique confessou ainda que sua esposa “não merecia” passar por essa provação e pediu desculpas no tribunal, ainda que tenha reconhecido que suas palavras não tornariam suas ações aceitáveis.

O julgamento, iniciado em 2 de setembro, ganhou grande repercussão. A presença de Pélicot era aguardada com grande expectativa, pois ele havia se ausentado por mais de uma semana devido a problemas de saúde. O réu pode pegar até 20 anos de prisão, assim como os outros acusados, com idades entre 26 e 74 anos.

Alguns dos homens envolvidos alegam que não sabiam que Gisèle estava sob efeito de drogas e acreditavam se tratar de um casal libertino. No entanto, Gisèle negou veementemente essa versão durante seu depoimento.

O caso gerou grande comoção na França e trouxe de volta à tona o debate sobre consentimento sexual. No último fim de semana, 10 mil pessoas se manifestaram em apoio à vítima, gritando “somos todos Gisèle”.

Dominique Pélicot: manipulador que ocultava vida dupla

Dominique Pélicot, de 71 anos, é descrito como um dos maiores criminosos sexuais dos últimos 20 anos. Acusado de dopar sua esposa e recrutar estranhos para estuprá-la por quase uma década, ele enfrenta julgamento em Avignon, no sul da França. Pelicot viveu uma vida dupla por anos, sendo descrito como um “avô carinhoso” de dia, mas à noite se transformava em um manipulador cruel, organizando os crimes.

A psicóloga Marianne Douteau, que testemunhou no caso, afirmou que Pelicot demonstrava uma personalidade raivosa e cheia de segredos, sentimentos que, segundo a investigação, foram moldados pela relação conflituosa com o pai. Apesar de parecer um homem comum e querido pela família, Pelicot agia como um predador sexual, usando sua esposa como “isca” para satisfazer sua parafilia voyeurística.

As investigações apontam que ele filmava os abusos, ocorridos 92 vezes entre 2011 e 2020, recrutando os agressores em sites de bate-papo pornográficos. Gisèle Pelicot foi drogada e estuprada por 72 homens, enquanto Dominique registrava as cenas. O caso só veio à tona em 2020, quando ele foi flagrado filmando por baixo das saias de mulheres em um supermercado. A polícia encontrou imagens dos abusos em seu computador.

Sua filha, Caroline Darian, definiu o pai como um dos maiores criminosos sexuais, destacando o impacto devastador sobre a família. “Não entendemos o que estava acontecendo. Choramos. Sofremos uma dor que não desejo a ninguém”, declarou ela em tribunal. Caroline e seus irmãos sofrem com as revelações, sentindo-se traídos por alguém que consideravam próximo e confiável.

Apesar da gravidade das acusações, exames psiquiátricos indicaram que Dominique não sofre de nenhuma anomalia mental, apenas um desvio sexual profundo. Ele e outros 50 réus podem ser condenados a até 20 anos de prisão por estupro qualificado, enquanto a França assiste perplexa à extensão dos horrores revelados no tribunal.

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