Em sentença, juiz lamenta que se relacionar com ‘putas’ tenha virado ‘ofensa’
Em sentença publicada pelo TJ de Goiás na última sexta-feira, 24, o juiz Thiago Brandão Boghi afirmou que, em seu “tempo de juventude, um homem se relacionar com ‘putas’ era considerado fato de boa reputação” e o fazia ser "enaltecido por isso, tornando-se o ‘cara da galera'”...
Em sentença publicada pelo TJ de Goiás na última sexta-feira, 24, o juiz Thiago Brandão Boghi afirmou que, em seu “tempo de juventude, um homem se relacionar com ‘putas’ era considerado fato de boa reputação” e o fazia ser “enaltecido por isso, tornando-se o ‘cara da galera’”.
A decisão, informa o Estadão, foi dada numa ação em que um homem registrou queixa-crime contra uma mulher por calúnia e difamação, por tê-lo acusado de usar drogas e “estar com putas”.
Na sentença em que rejeitou a queixa-crime, Boghi afirmou que “imputar a uma pessoa o fato dela ‘estar com putas’ não é ofensivo à reputação” e complementou lamentando que os tempos tenham mudado —a atitude, escreveu o magistrado, “agora virou ofensa”.
O juiz ainda citou em sua decisão um projeto para regulamentar a profissão de prostituta que foi “apresentado pelo ex-deputado federal Jean Wyllys —o queridinho da Globo— e pelo todo-poderoso PSOL, o queridinho do STF”. E disse que a acusação de uso de drogas não era “imputação de fato criminoso”.
Ouvido pelo jornal paulistano, o advogado da mulher, Rogério Lourenço, disse considerar a sentença “acertada ao rejeitar a denúncia e, ao meu sentir, em momento algum foi desrespeitosa em relação às mulheres. Pelo contrário, clama por respeito às mulheres que desenvolvem a atividade mencionada”.
Luiz Alberto Castro, advogado do homem autor da ação, disse ver parcialidade na decisão e prometeu recorrer.
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