Crusoé: Drogas como Ozempic prometem revolucionar tratamentos
Medicações GLP-1 podem tratar doenças cardíacas e renais, além de vícios e Alzheimer
As drogas GLP-1, inicialmente desenvolvidas para o controle da diabetes, têm mostrado potencial de transformar o tratamento de uma série de doenças além da obesidade.
Medicamentos como Ozempic e Wegovy, produzidos pela Novo Nordisk, assim como alternativas da farmacêutica Eli Lilly, provaram reduzir significativamente o peso de pacientes. Além disso, revelaram capacidade de proteger contra doenças cardíacas, renais e estão sendo testadas para Alzheimer e tratamento de vícios, destacando-se como uma das classes de medicamentos mais promissoras do mercado farmacêutico global.
Nos Estados Unidos, o uso desses medicamentos já é comum, com um em cada oito adultos fazendo uso deles, ampliando o mercado para farmacêuticas. Desde 2021, as duas principais empresas responsáveis, Novo Nordisk e Eli Lilly, viram seu valor de mercado crescer em aproximadamente US$ 1 trilhão. A popularidade das drogas GLP-1 agora está se expandindo globalmente, e há uma corrida para desenvolver versões em pílulas, com menos efeitos colaterais e custos reduzidos.
Além de auxiliar na perda de peso, os estudos mais recentes apontam que os medicamentos GLP-1 diminuem a incidência de ataques cardíacos e derrames, independentemente da quantidade de peso perdida. Também há indícios de que podem ser eficazes contra apneia do sono e doenças renais crônicas em diabéticos, além de atenuar o encolhimento cerebral em casos de Alzheimer. Observações feitas em prontuários médicos sugerem ainda que esses medicamentos podem ajudar a controlar vícios, como álcool e opioides, com pacientes apresentando menores taxas de overdose.
Os mecanismos de ação desses medicamentos abrangem tanto o sistema digestivo quanto o cérebro. As drogas GLP-1 se ligam a receptores em várias partes do corpo, reduzindo inflamações e interagindo com mecanismos ligados ao desejo e à sensação de recompensa. Embora os resultados iniciais sejam promissores, mais estudos controlados são necessários para entender a eficácia a longo prazo desses medicamentos, principalmente porque muitos pacientes podem precisar usá-los indefinidamente.
O alto custo atual e efeitos colaterais como náuseas e perda muscular são desafios, mas a expectativa é de que, com o tempo, os preços se tornem mais acessíveis. Com seu uso, o impacto social e econômico pode ser comparado à revolução causada pela pílula anticoncepcional nos anos 1960. A expectativa é que esses medicamentos diminuam a carga econômica do tratamento da obesidade, que custa aos Estados Unidos cerca de US$ 260 bilhões ao ano, além de reduzir o impacto dos vícios no sistema de justiça criminal.
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