Diddy: audiência decisiva nesta quinta
Após duas negativas de fiança, o magnata do hip-hop será levado ao tribunal para definir rumos do processo
Sean “Diddy” Combs, uma das maiores figuras do hip-hop mundial, enfrenta nesta quinta-feira, 10 um momento decisivo em seu caso de tráfico sexual.
O cantor e empresário de 54 anos será transportado de uma prisão no Brooklyn para o tribunal federal de Manhattan, onde comparecerá diante do juiz Arun Subramanian. Essa audiência marcará o primeiro encontro de Combs com o magistrado que deve presidir seu julgamento por graves acusações que incluem conspiração de extorsão e tráfico sexual.
O caso, que envolve acusações de abuso contra mulheres desde 2008, coloca o fundador da Bad Boy Records no centro de um esquema de violência, chantagem e abusos físicos, segundo a denúncia. Combs, que se declarou inocente, é acusado de coagir e abusar de mulheres com a ajuda de funcionários e associados, silenciando suas vítimas por meio de sequestros, incêndios criminosos e espancamentos brutais. A promotoria sustenta que Combs construiu uma rede de abuso ao longo de anos, protegida por atos violentos e intimidação.
Desde sua prisão em setembro, a defesa de Combs tem tentado, sem sucesso, garantir sua liberdade mediante fiança. Duas ofertas, incluindo um pacote de 50 milhões de dólares que previa monitoramento eletrônico e detenção domiciliar, foram rejeitadas pelos tribunais. Os juízes concluíram que o rapper representa um perigo à comunidade e que há risco de que ele possa tentar interferir nas investigações ou ameaçar testemunhas.
A audiência desta quinta-feira deve estabelecer prazos e limites para os argumentos a serem apresentados por ambas as partes. A defesa espera que o julgamento aconteça em abril ou maio de 2024, enquanto a promotoria ainda não expressou preferência por uma data.
A equipe legal de Combs segue tentando reverter as decisões que o mantêm detido, argumentando que as condições de fiança propostas seriam suficientes para garantir a segurança da comunidade e evitar qualquer contato com testemunhas.
Com o desenrolar do caso, Diddy, conhecido por sua influência na música e nos negócios, enfrenta agora uma batalha jurídica que pode definir o futuro de sua carreira e de sua liberdade.
Evidências contra Diddy envolvem abuso, coerção e chantagem
As acusações contra Sean “Diddy” Combs, que enfrenta julgamento por tráfico sexual, são sustentadas por uma série de evidências apresentadas pelos promotores. As investigações apontam para eventos regulares conhecidos como “Freak Offs”, descritos como orgias regadas a drogas organizadas pelo magnata do hip-hop.
De acordo com a promotoria, esses eventos incluíam a presença de diversas profissionais do sexo, transportadas entre estados para participar de atos sexuais coercitivos. Esses encontros, que às vezes duravam vários dias, eram regados à distribuição de drogas fornecidas por Combs, com o objetivo de manter as mulheres “obedientes e submissas”.
Durante as buscas em suas residências em Miami e Los Angeles, as autoridades apreenderam uma quantidade significativa de narcóticos, mais de 1.000 garrafas de óleo para bebê e lubrificantes, além de armas de fogo, incluindo fuzis AR-15 com números de série adulterados.
Esses itens reforçam as alegações de que Diddy mantinha controle absoluto sobre suas vítimas, usando ameaças, promessas de carreiras e até controle sobre aspectos de suas vidas, como moradia, registros médicos e aparência.
Uma das acusações mais graves inclui a suposta gravação de imagens sensíveis e embaraçosas das vítimas durante os “Freak Offs”, que eram usadas por Combs como chantagem para garantir o silêncio das mulheres. Segundo os promotores, essas gravações eram “incriminadoras” e funcionavam como uma espécie de “garantia” para que as vítimas permanecessem submissas e não denunciassem os abusos.
Além disso, há relatos de abuso físico recorrente. As vítimas teriam sido agredidas fisicamente, com socos e chutes, além de relatos de que objetos foram arremessados contra elas. O controle de Diddy sobre as vítimas também se estendia ao monitoramento de sua localização e ameaças de cortar qualquer tipo de apoio financeiro.
As acusações se agravam com a pressão exercida por Combs e seus associados sobre as testemunhas, com tentativas de suborno e ameaças, para que não relatassem os crimes às autoridades. Esses elementos, reunidos pela acusação, compõem a base do indiciamento por tráfico sexual, extorsão e outros crimes relacionados.
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