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China bane maior aplicativo católico do mundo

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 17.07.2024 05:39 comentários
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China bane maior aplicativo católico do mundo

Apesar da remoção, o criador do aplicativo enfatizou que seus colaboradores continuarão a servir os cristãos na China através do site, aplicativo web, redes sociais e orações

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China bane maior aplicativo católico do mundo
Foto: Reprodução

O mais popular aplicativo católico do mundo, Hallow, foi removido App Store da Apple na China, acusado de conter conteúdo “ilegal” pelas autoridades chinesas. Alex Jones, criador do aplicativo, anunciou a remoção em suas redes sociais nesta segunda-feira, 15, com a mensagem: “Hallow foi expulso da App Store na China. Rezando por todos os cristãos na China.”

O Hallow, lançado em 2018, é um aplicativo de oração que oferece conteúdo devocional católico em áudio. Desde seu lançamento, o app foi baixado mais de 14 milhões de vezes em mais de 150 países. Em fevereiro deste ano, alcançou o topo geral da App Store, sendo o primeiro aplicativo religioso a conseguir essa posição.

Jones afirmou que a Administração do Ciberespaço da China (CAC) informou que o aplicativo continha conteúdo ilegal e, por isso, deveria ser removido da loja virtual. Não foram fornecidos detalhes adicionais sobre o que foi considerado ilegal. Apesar da remoção, Jones enfatizou que seus colaboradores continuarão a servir os cristãos na China através do site, aplicativo web, redes sociais e orações.

O governo comunista da China, oficialmente ateu, permite a prática de algumas religiões, incluindo uma versão controlada do catolicismo. No entanto, a Igreja Católica na China está dividida entre a Associação Patriótica Católica Chinesa, sancionada pelo governo, e uma Igreja Católica subterrânea, leal ao Vaticano e frequentemente perseguida.

Em 2018, o Vaticano assinou um acordo com o governo chinês sobre a nomeação de bispos, mas a China tem repetidamente desrespeitado o acordo ao nomear seus próprios bispos leais ao governo. A repressão religiosa na China não é novidade: em 2021, a CAC já havia forçado a remoção de aplicativos religiosos, como um aplicativo digital de Bíblia e um aplicativo de Alcorão.

A censura na China também não se limita a aplicativos religiosos. Em abril, a CAC ordenou que a Apple removesse os aplicativos de mensagens WhatsApp, Signal e Telegram, citando preocupações de segurança nacional. A ação contra Hallow é mais um exemplo da perseguição implacável que o governo chinês exerce sobre as comunidades religiosas e suas práticas.

Perseguição aos cristãos na China

Os primeiros registros do cristianismo na China datam do século VII, com a chegada dos missionários nestorianos. Estes cristãos, originários de Antioquia, conseguiram estabelecer uma presença inicial, mas enfrentaram resistência e perseguição, especialmente durante períodos de instabilidade política e mudanças dinásticas .

No século XVI, os jesuítas, como Matteo Ricci, conseguiram se estabelecer na China e ganharam a confiança da corte Ming. No entanto, com a queda da dinastia Ming e a ascensão dos Qing, a tolerância variou, e os missionários frequentemente enfrentaram perseguições e restrições.

Os horrores da Revolução Cultural

Durante a Revolução Cultural (1966-1976), o cristianismo, assim como outras religiões, foi severamente reprimido. Igrejas foram destruídas, e muitos cristãos foram perseguidos, presos ou forçados a renunciar à sua fé. Este período marcou um dos momentos mais sombrios de perseguição religiosa na história da China.

Em 2018, o Vaticano assinou um acordo com o governo chinês sobre a nomeação de bispos, tentando melhorar a situação dos católicos no país. No entanto, a perseguição continuou, com o governo nomeando bispos leais ao Partido Comunista e reprimindo a Igreja “subterrânea” que permanece fiel a Roma.

Controle Digital e Censura

A legislação chinesa impõe severas restrições às práticas religiosas. Menores de 18 anos são proibidos de frequentar igrejas, e todas as atividades religiosas devem ser registradas e aprovadas pelo governo. Igrejas domésticas, que operam fora do controle estatal, são frequentemente alvo de invasões e fechamentos.

O primeiro “Santo Millennial” (oantagonista.com.br)

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