Saúde em foco no Antagonista Meeting: como prevenir e garantir o acesso à saúde em São Paulo
O tema desta vez foi saúde, abordando tanto a saúde coletiva quanto a individual, com foco na prevenção e no acesso.
Na última segunda-feira, 30 de outubro, aconteceu mais uma edição do Antagonista Meeting, um projeto de O Antagonista que visa discutir temas relevantes para a sociedade brasileira. O tema desta vez foi saúde, abordando tanto a saúde coletiva quanto a individual, com foco na prevenção e no acesso. O debate contou com a participação de três especialistas: o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Dr. Luiz Carlos Zamarco; o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Renato Casarotti; e a médica psiquiatra Giuliana Cividanes, que é mestre pela Universidade Federal de São Paulo. O mediador do evento foi o jornalista Mauro Tagliaferri. E se você perdeu essa conversa, esta é sua chance de ler alguns dos destaques nos pontos abordados pelos convidados.
Secretário de Saúde de São Paulo destaca ações variadas e espalhadas por toda a cidade
O secretário Zamarco falou sobre as ações da prefeitura de São Paulo para ampliar o acesso à saúde na cidade, especialmente durante e após a pandemia de Covid-19. Ele explicou que a cidade tem uma rede de saúde muito capilarizada, com mais de mil equipamentos distribuídos por todas as regiões, incluindo unidades básicas de saúde (UBS), unidades de pronto atendimento (UPA), centros de atenção psicossocial (CAPS), hospitais municipais e estaduais, entre outros.
Ele destacou que a prefeitura trabalha regionalmente, estudando as necessidades e demandas de cada área da cidade, com a participação da população por meio dos conselhos gestores. Ele citou como exemplo a parceria exitosa entre o público e o privado durante a pandemia, quando vários hospitais privados cederam leitos para atender os pacientes do SUS. Ele também ressaltou as ações de prevenção realizadas pela prefeitura, como o monitoramento dos casos suspeitos e confirmados de Covid-19 por meio das equipes de saúde da família; o controle e acompanhamento dos pacientes com doenças crônicas como diabetes e hipertensão; a realização de campanhas de vacinação e exames preventivos; e a ampliação dos serviços de saúde mental na cidade.
Médica psiquiatra enfatiza prevenção aos problemas de saúde mental durante todas as fases da vida
Já a médica Giuliana Cividanes abordou a importância da saúde mental para a qualidade de vida das pessoas e para a sociedade como um todo. Ela afirmou que a depressão é a doença que mais causa problemas e restrições ao indivíduo, podendo levar ao suicídio como desfecho. Ela também mencionou outros transtornos mentais como ansiedade, pânico e dependência química e como todos eles estão associados com questões de prejuízo à qualidade de vida e à produtividade.
Giuliana também defendeu que a prevenção em saúde mental é possível e necessária desde o pré-natal até a terceira idade e disse que as condições do pré-natal podem influenciar na saúde mental do feto e da mãe; que os fatores ambientais como violência, pobreza e estresse podem desencadear ou agravar os transtornos mentais; que os hábitos de vida como alimentação, sono, exercício físico e lazer podem contribuir para a saúde mental; que o uso abusivo de álcool e outras drogas pode prejudicar a saúde mental; e que o ambiente de trabalho pode ser fonte de adoecimento ou bem-estar mental. Ao comentar as ações da cidade de São Paulo, Cividanes ainda elogiou as iniciativas da prefeitura de São Paulo na área de saúde mental, como a ampliação dos CAPS e o atendimento aos pacientes com transtorno do espectro autista. Ela também destacou a demanda das grandes empresas por programas que ajudem na detecção precoce e no tratamento dos problemas de saúde mental dos seus funcionários.
Presidente da Associação de Planos de saúde destaca desafios do setor
Finalmente, o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Renato Casarotti, falou sobre os desafios do setor privado para garantir o acesso à saúde de qualidade para os seus beneficiários. Ele disse que o Brasil tem hoje um recorde de 51 milhões de pessoas com planos de saúde, mas que esse número ainda é muito desigual entre as regiões do país. Renato explicou que os planos de saúde são regidos pelo princípio do mutualismo, ou seja, um grupo de pessoas paga para custear o tratamento de quem precisa. Ele explicou também que isso gera um ponto de tensão entre quem usa pouco e quem usa muito o plano, e que é preciso atrair as pessoas que usam pouco para manter o sistema sustentável.
Ele também apontou os fatores que influenciam no aumento dos custos dos planos de saúde, como o aumento do custo unitário dos serviços e das medicações; a ampliação das coberturas por novos tratamentos e por mudanças legais; e o envelhecimento da população. O panorama que Casarotti constrói destaca como é preciso buscar a eficiência na gestão dos recursos e na entrega dos serviços, e que é preciso ter uma comunicação clara com os beneficiários sobre como o sistema funciona. Renato finalizou dizendo que os planos de saúde têm um papel complementar ao SUS, e que é preciso haver uma integração entre o público e o privado para garantir o acesso universal à saúde no país.
Quer saber mais?
O Antagonista Meeting foi um evento rico em informações e debates sobre a saúde em São Paulo e no Brasil.
A íntegra já está disponível em nosso canal do YouTube. Para assistir, basta clicar no link abaixo:
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