Ruy Goiaba na Crusoé: Disque K para kamalar
De volta à revista, colunista comenta o entusiasmo e os péssimos trocadilhos dos brasileiros com a candidata democrata à Casa Branca
Sir William Connor (1909-1967) foi um jornalista inglês que escrevia para o Daily Mirror sob o nome de guerra/pseudônimo de Cassandra, aquela personagem da mitologia grega que profetizava tudo certinho, mas não conseguia fazer ninguém acreditar nela. Em 1942, a Segunda Guerra fez Connor se alistar na artilharia e suspender a coluna. Quando voltou, em 1946, começou assim seu primeiro texto: “Como eu estava dizendo antes de ser tão rudemente interrompido, é muito difícil agradar a todas as pessoas o tempo todo”.
Pois bem, meus amigos, meus inimigos: a Cassandra de Crusoé está de volta. Com algumas diferenças, no fundo, irrelevantes: continuo acordando cercado de Bananão por todos os lados, não fui interrompido rudemente, não me alistei em guerra nenhuma e as minhas profecias têm 100% de aproveitamento zero. Depois de mais de 30 anos ralando e rolando morro acima a pedra de Sísifo do jornalismo, descobri que o ócio (não criativo) é divertido, mas tem um efeito colateral meio chato, que é não pingar dinheiro na sua conta. Assim, aqui estou novamente — e, como diria o saudoso Zagallo, vocês vão ter que me engolir.
Muita coisa aconteceu nesses oito meses do meu “período sabático”, mas noto que agora temos uma nova representante do Bem na luta contra a Encarnação do Mal. Kamala Harris (foto), que foi uma vice basicamente apagada nos últimos três anos e meio, está muito perto de assumir a candidatura dos democratas à Presidência dos EUA depois que Joe Biden, o Tio Paulo da Casa Branca, desistiu de disputar a reeleição (vocês reparem que o tiozão aqui está tentando atualizar suas referências e usando “Tio Paulo” em lugar de “Um Morto Muito Louco”).
Deve ser desagradável para Donald Trump ter levado um tiro na orelha e, além do tiro em si, o mundo inteiro só falar de outra coisa dez dias depois. O fato é que os brasileirinhos já esgotaram todos os trocadilhos possíveis com “Kamala” — nem sei como Paula Lavigne ainda não jogou nas redes um vídeo de Caetano Veloso cantando “Rapte-me, Kamaleoa”; deve ser questão de tempo.
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