PT não quer tocar nos super-ricos?
Numa live eleitoral em agosto, Lula e Janones disseram que o atual governo só pagaria os 600 reais do Auxílio Brasil até dezembro e apenas o petista seria capaz de garantir a continuidade do benefício a partir de 2023. Agora, a equipe de transição quebra a cabeça para aprovar uma PEC que lhe dê um cheque especial de pelo menos R$ 175 bilhões...
Numa live eleitoral em agosto, Lula e Janones disseram que o atual governo só pagaria os 600 reais do Auxílio Brasil até dezembro e apenas o petista seria capaz de garantir a continuidade do benefício a partir de 2023.
Agora, a equipe de transição quebra a cabeça para aprovar uma PEC que lhe dê um cheque especial de pelo menos R$ 175 bilhões.
Alega-se que é preciso ‘cumprir as promessas de campanha’. Na verdade, o que se vê é um esforço irresponsável e precoce para submeter a realidade matemática das contas públicas a um projeto político.
Já vimos esse filme antes, com os mesmos personagens até — Guido Mantega, Nelson Barbosa etc… –, e sabemos como termina.
Está cada vez mais evidente o motivo de Lula para não antecipar, durante a campanha, as medidas econômicas. Seria demasiado cobrar responsabilidade fiscal de um governo que levou o país à bancarrota para se manter no poder.
É sintomático que, nas discussões travadas até agora, ninguém do PT ou de sua frente amplíssima — que reuniu a elite financeira e empresarial do país — teve coragem de sugerir a tributação de lucros e dividendos para bancar o Auxílio Brasil de 600 reais e a correção na tabela de IR.
Bastaria taxar os super-ricos, com rendimentos pessoais acima de 500 mil reais por mês. Daria para arrecadar ao menos 69 bilhões de reais e bancar todas as promessas de campanha, sem impacto fiscal.
Essa proposta, vejam só, é de Paulo Guedes.
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