O show da delação de Mauro Cid está só começando
O show da delação de Mauro Cid só começou, e o enredo tende a ser algo que conhecemos bem. Pouco a pouco a imprensa tem acesso a fragmentos que vão criando uma verdade na opinião pública...
O show da delação de Mauro Cid só começou, e o enredo tende a ser algo que conhecemos bem. Pouco a pouco a imprensa tem acesso a fragmentos que vão criando uma verdade na opinião pública.
Os dois veículos que publicaram a história não tiveram acesso aos documentos. O jornal O Globo não diz claramente quais suas fontes, mas o UOL especifica duas pessoas que presenciaram a delação.
O conteúdo faz sentido na lógica de uma delação premiada. Precisam ser informações às quais as autoridades não tenham acesso sem o depoimento. Além disso, se exige indicar alguém que esteja acima na cadeia de comando.
Mauro Cid teria entregado como articuladores de um golpe tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o então comandante da Marinha. A questão jurídica é como corroborar essas informações, algo que a Polícia Federal deve estar tentando no momento.
Politicamente, os lulistas já consideram a questão resolvida só com o noticiário. Dizem que é motivo para prender Bolsonaro. Resta saber como reagirá o bolsonarismo. Suponhamos que a história seja confirmada por provas. Os fatos serão suficientes ou o bolsonarismo continuaria acreditando em uma armação apesar dos fatos? Só o tempo dirá.
A história, no entanto, é pedagógica. Foi pela repetição de expedientes semelhantes que Jair Bolsonaro trouxe o petismo de volta ao poder. Confiar o país a pessoas inexperientes e fãs de uma boa baixaria não constrói um governo.
Se for verídica, a história é uma das mais patéticas da história do país. O ex-assessor Filipe Martins, conhecido na internet como Sorocabannon, teria sido o mentor intelectual de um golpe de Estado fracassado.
Mauro Cid teria sido testemunha de uma reunião envolvendo esse grande gênio, um constitucionalista, um padre (!) e comandantes militares. A proposta era um golpe de Estado. Jair Bolsonaro teria concordado e sido apoiado pelo então comandante da Marinha. O Exército disse que não compactuaria.
Jair Bolsonaro chegou ao poder com amplo apoio popular e do capital econômico. Insistiu em confiar seu destino a quadros inexperientes, pouco qualificados e com um apetite especial pela baixaria e destruição de reputações.
A militância embarcou na estratégia e passou, principalmente na internet, a atuar como feroz detratora daqueles que ousavam apontar o óbvio: era um plano de ação fadado ao fracasso. Pelo que tudo indica, o fracasso subiu à cabeça.
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