O funk dos políticos
A festa de aniversário do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro tentará reeleger presidente da República, tinha 2 mil convidados, segundo informa O Globo. O senador Flávio Bolsonaro estava entre eles. A festona contou com shows dos funkeiros MC Moringa e Leozinho, o cantor de pagode Mumuzinho, além da bateria da escola de samba Grande Rio e de Alcione. Parece que nenhum cobrou cachê. Filantropos desinteressados...
A festa de aniversário do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro tentará reeleger presidente da República, tinha 2 mil convidados, segundo informa O Globo. O senador Flávio Bolsonaro estava entre eles. A festona contou com shows dos funkeiros MC Moringa e Leozinho, o cantor de pagode Mumuzinho, os cantores Alex Cohen e Belo, além de apresentações da bateria da escola de samba Grande Rio e da cantora Alcione (foto). Parece que nenhum cobrou cachê. Filantropos desinteressados. Não faz tanto tempo assim, um desses nomões, a cantora Alcione, fez um vídeo no qual disse: “Presidente Bolsonaro, eu não votei no senhor e não me arrependo. Eu sou uma brasileira que não torço contra o governo, não sou burra”. Definitivamente, não.
A festa foi no Jockey Club do Rio, que certamente nunca teve noite tão esplendorosa. Além do ínclito Flávio Bolsonaro, estavam presentes Felipe Santa Cruz, ex-presidente da OAB, candidato ao governo do Rio pelo PSD e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o reto e vertical André Ceciliano, do PT. O Globo publicou que havia 2 mil convidados e que o bufê era para 1.200 pessoas. Tudo bem: a fome ali era principalmente de viver.
Quem pagou a festa? De acordo com o jornal, “para quem perguntava a identidade do financiador do evento luxuoso, era respondido que tudo foi pago pelos secretários, que fizeram uma ‘vaquinha em gratidão ao governador’“. Partindo-se do pressuposto que seja verdade, por que secretários teriam tanta gratidão a Cláudio Castro? Tenho a mania de fazer perguntas em excesso, por distorção profissional, acho.
O petista André Ceciliano esbaldou-se no funk — uso o verbo empregado por O Globo –, ao lado de deputado estadual Chico Machado, do PSD. Aos jornalistas presentes, o presidente da Alerj pediu para que ele não fosse filmado enquanto dançava o sofisticado gênero musical carioca. Entende-se: a liturgia do cargo exige.
Eu só queria reafirmar um ponto aos que ainda se engalfinham por causa dessa gente que luta por um Brasil melhor: em política, não existem inimigos. Existem samba, funk, suor, cerveja, uísque, vodca, camarão e muita, muita gratidão.
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