O Boulos derreteu? São Paulo pode ter mais votos do que devotos O Boulos derreteu? São Paulo pode ter mais votos do que devotos
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11.03.2024

O Boulos derreteu? São Paulo pode ter mais votos do que devotos

Última pesquisa Datafolha mostra o deputado federal empacado e os outros candidatos crescendo nas intenções de voto para as eleições em SP

A última pesquisa Datafolha mostra Guilherme Boulos empacado e os outros candidatos crescendo. É o mesmo cenário que vimos recentemente nos resultados da Paraná Pesquisas e em várias outras.

O prefeito Ricardo Nunes parece conseguir abrir espaço com o poder da máquina. Seria uma obviedade eleitoral, mas é um dado digno de nota diante da aposta na polarização Lula-Bolsonaro até nos municípios.

Guilherme Boulos é ungido por Lula mas representa um espectro político mais à esquerda dele. A candidatura a prefeito nas últimas eleições foi de um sucesso surpreendente, que o catapultou a deputado com uma enorme votação.

Esses frutos foram colhidos no auge da polarização, com a qual a equipe de campanha dele soube lidar muito bem. Agora, no entanto, as pessoas discutem mais esse tema e muita gente se incomoda.

Lula e Bolsonaro aumentam o poder que têm se forem o fator decisivo até em disputas locais. Caso a estratégia frutifique, acabam virando apoios indispensáveis para que qualquer pessoa faça uma carreira política, mesmo local. A disputa em São Paulo abre espaço para a moderação.

O prefeito Ricardo Nunes tem buscado o apoio de Jair Bolsonaro, de olho nos votos dos bolsonaristas. Não é, no entanto, um bolsonarista raiz e nem será visto assim.

Além disso, essa posição não é uma novidade. O governador Tarcísio de Freitas, que tem o apoio e a amizade de Jair Bolsonaro, é visto como um político diferente do bolsonarista padrão.

Não temos uma batalha de ungidos em São Paulo. Guilherme Boulos é ungido por Lula e aceito pela militância lulista mais radical. Os demais candidatos não estão na mesma posição com relação a Bolsonaro.

Os luloafetivos, lulistas que são devotos e não apenas donos de votos, aceitam Boulos como seu legítimo representante. Vêem os demais como uma espécie de linha auxiliar do bolsonarismo. Os mais radicais chegam a dizer que até Tabata Amaral está nessa condição, mesmo que tenha apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin. Para estes, Ricardo Nunes é um ícone do bolsonarismo. Marina Helena e Kim Kataguiri são linhas auxiliares.

Na ala mais radical do bolsonarismo, ninguém é visto como legítimo representante da causa. São todos “melancias”, vermelhos por dentro. Há influencers que chegam a dizer que até Boulos seria melhor do que eles, entendendo que nada no mundo é pior que um “isentão”.

Ainda estamos na pré-campanha. Nada indica que teremos um bolsonarista puro sangue como Ricardo Salles nessa disputa. No entanto, isso não é impossível.

Caso as coisas permaneçam como estão, São Paulo pode ser um exemplo de abertura para candidaturas mais moderadas. Pode ser um pequeno passo para mudar o cenário da guerra de populismos. Mas, sendo a maior cidade do país, é um dado que pode reger decisões políticas em todo o Brasil.

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Última pesquisa Datafolha mostra o deputado federal empacado e os outros candidatos crescendo nas intenções de voto para as eleições em SP

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O prefeito Ricardo Nunes parece conseguir abrir espaço com o poder da máquina. Seria uma obviedade eleitoral, mas é um dado digno de nota diante da aposta na polarização Lula-Bolsonaro até nos municípios.

Guilherme Boulos é ungido por Lula mas representa um espectro político mais à esquerda dele. A candidatura a prefeito nas últimas eleições foi de um sucesso surpreendente, que o catapultou a deputado com uma enorme votação.

Esses frutos foram colhidos no auge da polarização, com a qual a equipe de campanha dele soube lidar muito bem. Agora, no entanto, as pessoas discutem mais esse tema e muita gente se incomoda.

Lula e Bolsonaro aumentam o poder que têm se forem o fator decisivo até em disputas locais. Caso a estratégia frutifique, acabam virando apoios indispensáveis para que qualquer pessoa faça uma carreira política, mesmo local. A disputa em São Paulo abre espaço para a moderação.

O prefeito Ricardo Nunes tem buscado o apoio de Jair Bolsonaro, de olho nos votos dos bolsonaristas. Não é, no entanto, um bolsonarista raiz e nem será visto assim.

Além disso, essa posição não é uma novidade. O governador Tarcísio de Freitas, que tem o apoio e a amizade de Jair Bolsonaro, é visto como um político diferente do bolsonarista padrão.

Não temos uma batalha de ungidos em São Paulo. Guilherme Boulos é ungido por Lula e aceito pela militância lulista mais radical. Os demais candidatos não estão na mesma posição com relação a Bolsonaro.

Os luloafetivos, lulistas que são devotos e não apenas donos de votos, aceitam Boulos como seu legítimo representante. Vêem os demais como uma espécie de linha auxiliar do bolsonarismo. Os mais radicais chegam a dizer que até Tabata Amaral está nessa condição, mesmo que tenha apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin. Para estes, Ricardo Nunes é um ícone do bolsonarismo. Marina Helena e Kim Kataguiri são linhas auxiliares.

Na ala mais radical do bolsonarismo, ninguém é visto como legítimo representante da causa. São todos “melancias”, vermelhos por dentro. Há influencers que chegam a dizer que até Boulos seria melhor do que eles, entendendo que nada no mundo é pior que um “isentão”.

Ainda estamos na pré-campanha. Nada indica que teremos um bolsonarista puro sangue como Ricardo Salles nessa disputa. No entanto, isso não é impossível.

Caso as coisas permaneçam como estão, São Paulo pode ser um exemplo de abertura para candidaturas mais moderadas. Pode ser um pequeno passo para mudar o cenário da guerra de populismos. Mas, sendo a maior cidade do país, é um dado que pode reger decisões políticas em todo o Brasil.

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