Nêumanne na Crusoé: O Brasil de Lula – da covardia ao colonialismo
Maduro respondeu com grosseria à constatação do desgoverno brasileiro de que disputa eleitoral legítima podia fortalecer democracia inexistente
Consta que a queda permanente da aprovação do meio desgoverno de Lula (considerando-se a outra metade como pertencente ao chefão da Câmara dos Deputados, Arthur Lira) tem sido atribuída por gente de sua confiança no Partido dos Trabalhadores (PT) à relação tíbia com a Venezuela chavista. Isso inspirou uma reação à proibição da candidata da oposição na eleição da improvável sucessão de Nicolás Maduro.
O texto, da lavra do chanceler Mauro Vieira e do mandachuva das relações exteriores Celso Amorim, sob supervisão do companheiro-em-chefe em pessoa, foi considerado um ponto fora da curva nas costumeiras defesas obtusas da ditadura do vizinho por seu mais confiável credor e amigo.
A declaração, assinada pelo Itamaraty de Rio Branco, foi provocada pelo afastamento sem justificativa nem explicação de Corina Yori, não-candidata única da oposição. E dela consta: “O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”. Até as vírgulas foram poupadas.
Ora, “meus amigos, meus inimigos”, como conclamava o poeta Manuel Bandeira, considerando-se que não há democracia vigente lá desde o golpe do militar Hugo Chávez e também que não se pode considerar algo que inexiste passível de normalização após anos de ditadura explícita, a ausência da curva pode ser considerada, no dito, minimus minimorum milimétrica.
Quem tinha alguma esperança de que o sucessor de Chávez possa vir a ter, diante do quadro internacional, um laivo de preocupação com o desabamento da popularidade do aliado ao lado já pode tirar seu plantel da chuva. Em comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores, escrito em português, o governo venezuelano repudiou o posicionamento do Itamaraty, que descreveu como “cinzento e intervencionista”. E que “parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
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