Nêumanne na Crusoé: “Lições de Camus e Berlin sobre terrorismo”
Os ataques terroristas do Hamas e a lei do talião na resposta do inimigo israelense cessarão quando um Estado Palestino conviver com Israel, diz José Nêumanne Pinto na Crusoé...
Os ataques terroristas do Hamas e a lei do talião na resposta do inimigo israelense cessarão quando um Estado Palestino conviver com Israel, diz José Nêumanne Pinto na Crusoé.
“As primeiras vítimas do terrorismo do Hamas em Israel no sábado, 7, foram pacíficos espectadores de uma rave que tentaram se esconder em sanitários químicos. Nada é pior na vida do que a morte, qualquer morte e qualquer seja a idade de executados de forma fria ou quente, de costas ou de frente, vestidos ou seminus. Nada justifica o terrorismo. Enquanto a guerra fria entre comunistas e capitalistas era disputada na Coreia, que terminou com a divisão daquele país em dois, em Paris dois sobreviventes da invasão da França pela Alemanha nazista de Adolf Hitler travavam afogueado debate ideológico sobre uma novidade no Norte da África, o uso militar de atentados terroristas como arma de propaganda política ou disputa territorial, que já havia acendido o estopim da Primeira Grande Guerra Mundial no assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em Sarajevo pelo terrorista sérvio Gavrilo Princip. Passados 119 anos, os palestinos inimigos de Israel praticaram a maior série de atentados terroristas da História. A resposta do país invadido foi imediata e brutal com bombardeios sobre locais, onde, segundo Israel, os invasores de seu território viviam ou escondiam armamentos.”
“Os pioneiros no uso militar do terrorismo com objetivos políticos foram os argelinos, que conquistariam nas armas a libertação do jugo colonial francês, já então desmoralizado pela invasão do secular inimigo fronteiriço, a Prússia, sob a tirania do primeiro-ministro nazista nascido na Áustria. Um debate filosófico de altíssimo nível se travou entre dois dos maiores pensadores da França: o parisiense Jean-Paul Sartre e o pied noir (pé negro em francês), branco nascido na colônia no Norte da África, Argélia, Albert Camus. Os dois contendores conquistaram o Prêmio Nobel da Literatura, que o primeiro recusou e o segundo recebeu. As aparências indicavam que Sartre seria sempre lembrado como filósofo e Camus como ficcionista, mercê de suas obras-primas O Estrangeiro e A Peste. O outro teve um cortejo fúnebre que lotaram as ruas da dita Cidade Luz. Camus nem tanto.”
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