Moro e a inanição eleitoral
A eventual candidatura de Sergio Moro está morrendo por inanição eleitoral. Embora ainda seja o terceiro colocado nas pesquisas, ele esperava ter hoje 15% das intenções de votos, pelo menos. Tem metade disso e a tendência é de estagnação. Sem apoio popular capaz de empurrar o seu nome goela abaixo dos chefões que dirigem o sistema político, Sergio Moro foi enredado...
A eventual candidatura de Sergio Moro (foto) está morrendo por inanição eleitoral. Embora ainda seja o terceiro colocado nas pesquisas, ele esperava ter hoje 15% das intenções de votos, pelo menos. Tem metade disso e a tendência é de estagnação. Sem apoio popular capaz de empurrar o seu nome goela abaixo dos chefões que dirigem o sistema político, Sergio Moro foi enredado.
O Podemos, que esperava que o ex-juiz da Lava Jato atraísse outras agremiações maiores e, assim, trouxesse mais dinheiro para o seu cofrinho partidário, perdeu as ilusões, se é que um dia realmente as teve, e passou a boicotá-lo. Diante do boicote, Sergio Moro se transferiu para a União Brasil, essa hidra milionária que resultou da fusão de PSL e DEM. É o partido de gente reta e vertical, como Luciano Bivar, ACM Neto, Ronaldo Caiado e, por exemplo, em nível regional paulista, Milton Leite, muito ligado ao ex-governador João Doria, outro presidenciável interessado na felicidade geral da nação. Na União Brasil, Sergio Moro serviu de munição para uma ruidosa e rápida troca de tiros entre Luciano Bivar, que o convidou, e ACM Neto, que o queria fora do partido. O cessar-fogo foi declarado depois que ambos se entenderam para deixar Sergio Moro fora da disputa presidencial. Não está descartado que a troca de tiros tenha sido um espetáculo teatral de bolso. Luciano Bivar deve sair desse episódio maior do que entrou — não do ponto de vista moral, certamente –, uma vez que será apontado por todos os seus pares como o gênio que pode ter liquidado a candidatura do ex-juiz de uma vez por todas, com muito carinho, com muito amor.
Sergio Moro foi bastante corajoso, e há certa dose de ingenuidade nessa coragem, ao acreditar que poderia impor-se a um sistema que ele próprio tentou desmontar quando era magistrado. Mas o sistema recuperou-se da Lava Jato e as mentiras lulistas e bolsonaristas colaram nele, com a estimável colaboração dos tribunais superiores e de certa imprensa. Nunca se viu um sujeito apanhar tanto por ter feito o bem. O fato incontornável é que ninguém jamais perdeu dinheiro apostando contra a falta de lembrança dos brasileiros.
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