Lula e a crise do Pix: o problema não é comunicação, é confiança
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Lula e a crise do Pix: o problema não é comunicação, é confiança

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 13.01.2025 20:49 comentários
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Lula e a crise do Pix: o problema não é comunicação, é confiança

O governo precisa entender que confiança não se reconstrói com desmentidos ou slogans, mas com mudanças reais

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Lula e a crise do Pix: o problema não é comunicação, é confiança
Arte: O Antagonista

A crise do Pix deixou algo evidente: o problema do governo Lula não é falta de comunicação, mas falta de confiança. O brasileiro já não acredita no que o governo diz sobre impostos e, sejamos honestos, tem boas razões para isso. Basta lembrar do episódio da “taxa da Shopee”, quando a nossa empoderada primeira-dama, Janja, resolveu “desmentir” na internet que o governo pretendia taxar consumidores. O desmentido virou mentira, a mentira virou verdade, e ninguém jamais assumiu o erro. O resultado? Sempre que o governo diz “não vamos taxar”, o brasileiro entende “prepare o bolso”.

Agora, chegamos à crise do Pix, um caso ainda mais confuso. Tudo começou com a Receita Federal emitindo uma instrução normativa para monitorar operações acima de cinco mil reais realizadas por meio do Pix e cartões de crédito. A lógica era clara: fiscalizar quem movimenta essas quantias sem declarar.

Em um país onde a economia informal é imensa, isso soou como uma ameaça. Afinal, não é difícil encontrar quem empresta CPF ou cartão de crédito para terceiros ou pequenos comerciantes que movimentam valores acima desse teto, mas estão longe de ser ricos. O medo? Que tudo isso passe a ser tratado como “faturamento” e resulte em cobranças de imposto.

Diante da reação do público, o governo poderia ter adotado uma de duas posturas:

  1. Admitir que, sim, pretende cobrar os impostos devidos, doa a quem doer.
  2. Garantir que, não, a fiscalização não resultará em novas cobranças.

Porém, o governo escolheu uma terceira via, a mais desastrosa possível. Inventou que “estão dizendo que vamos taxar o Pix” e começou a desmentir uma suposta notícia falsa que, na verdade, ninguém estava divulgando. Os internautas reagiram com uma chuva de memes. A nova comunicação do governo, alardeada como inovadora, resolveu postar vídeos de Lula com chapéu fazendo Pix para o Corinthians e uma animação de cachorro correndo falando em “fake news”. Parecia um episódio decadente de um programa humorístico. A diferença é que estamos sendo governados pelo elenco de Hermes e Renato.

O problema não está na comunicação, mas na prática. Desde o início do mandato, o governo tem aumentado impostos, enquanto ignora qualquer tentativa de cortar gastos. E, quando a narrativa não convence, surge o desespero. É aí que aparecem ideias como colocar a Polícia Federal para perseguir memes, um sinal claro de que o governo perdeu o controle da narrativa e da situação.

No fim, é simples: você pode criar as narrativas mais criativas, mas não dá para convencer o brasileiro de que perfume de gambá tem cheiro agradável. Quando toca no bolso, não há marqueteiro ou campanha publicitária que resolva. O governo precisa entender que confiança não se reconstrói com desmentidos ou slogans, mas com mudanças reais. Fica a pergunta: será que a crise do Pix vai ser o equivalente aos vinte centavos para o governo Lula?

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