Jerônimo Teixeira na Crusoé: “Jordy, Piu Piu, Quelsinha e a intentona tonta”
Carlos Jordy é o golpista do mês. A operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, encontrou uma mensagem de celular na qual o deputado do PL do Rio de Janeiro é saudado como o líder de um grupo radical em Campos dos Goytacazes...
Carlos Jordy é o golpista do mês. A operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, encontrou uma mensagem de celular na qual o deputado do PL do Rio de Janeiro é saudado como o líder de um grupo radical em Campos dos Goytacazes. A cidade fluminense que já presenteou a política brasileira com um casal de diminutivos – Garotinho e Rosinha –, agora nos apresenta Charles Piu Piu e Quelsinha, militantes da extrema direita local, segundo a PF.
Se entendo direito o que leio na imprensa e na decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que autorizou buscas na casa dos envolvidos, suspeita-se que Jordy comandaria tanto a articulação política do grupo quanto as ações dos bolsonaristas nos bloqueios de estrada e na quebradeira em Brasília. No 8 de Janeiro, ele teria sido ao mesmo tempo Carlos Lacerda e general Mourão (Olímpio, não Hamilton, bem entendido).
Forcei a comparação com o golpe de 1964 para fins humorísticos, não sei com que sucesso. Moraes, na sua decisão, foi bem mais longe na História, e com absoluta seriedade: evocou a Alemanha nazista como paralelo para o 8 de Janeiro. A passagem, bastante citada na imprensa, está destacada em negrito no texto do ministro:
“A Democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil política de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler.”
O ministro não se preocupou em esclarecer quem é quem no paralelo entre a intentona de Brasília e os antecedentes da Segunda Guerra. Sabemos bem quem seria Hitler e talvez possamos apontar quem se imagina como Churchill, mas é um tanto mais difícil identificar o equivalente a Chamberlain no roteiro do golpe malogrado. Ainda assim, no parágrafo seguinte a seu reductio ad Hitlerum, Moraes garante que também os apaziguadores serão alcançados pela Justiça:
“Absolutamente TODOS serão responsabilizados civil, política e criminalmente pelos atos atentatórios à Democracia, ao Estado de Direito e às Instituições, inclusive pela dolosa conivência – por ação ou omissão – motivada pela ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo.”
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