Ivan Sant’Anna na Crusoé: Terra de fronteira – Segunda parte
O escritor conta como foi parar no Paquistão, com a missão de escrever um livro com tudo pago
Tendo chegado ao aeroporto internacional Benazir Bhutto no início da manhã, fui levado no Mercedes até o hotel Best Western onde, após o check-in, dormi até às 15 horas, minimizando os efeitos do jet lag.
Almocei no restaurante do hotel, num bufê variado, com quase todos os pratos temperados com massala, o equivalente paquistanês ao curry indiano.
Um livro turístico sobre o Paquistão, que eu havia comprado no aeroporto Gatwick, em Londres, e lido nos dois voos da Emirates, aconselhava os visitantes estrangeiros a não comer nenhum tipo de comida crua no país, pois a água não era tratada.
Portanto, não cheguei nem perto do bufê de saladas, assim como não comi frutas nem bebi sucos naturais, sob pena de ser vítima de forte diarreia.
Às 16 horas, o fixer Naveed e o motorista Islam vieram me buscar, no Mercedes, para visitar a luxuosíssima mesquita Faisal, a quinta maior do mundo, projetada, construída e doada pela Arábia Saudita ao Paquistão.
No mesmo guia sobre o Paquistão que aconselhara os forasteiros a não ingerir comidas naturais, eu lera que os “infiéis” eram bem-vindos nas mesquitas, desde que não fossem numa sexta-feira, dia sagrado do islamismo, e muito menos nos horários das orações.
Pois bem, fui exatamente numa sexta e logo na hora das orações. Me trataram com cortesia, não sofrendo nenhum tipo de hostilidade ou rejeição. Nem mesmo um olhar torto em minha direção, apesar de estar vestindo roupas ocidentais.
Descobri uma coisa interessante: as famílias mais pobres passam esses dias sagrados (que são feriados) nas mesquitas.
Pais, mães e filhos fazem piqueniques nos jardins; as crianças brincam de esconder nas colunas e pisos de mármore do interior, sem diferenças de classes.
Após a visita, Naveed e eu jantamos num luxuoso restaurante do Shopping Center Mohammed Ali Jinnah (fundador do Paquistão).
Nessa ocasião (como sempre aconteceu em minha viagem), Islam esperou no carro.
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