Governo foi arrastado para a crise entre Legislativo e Judiciário
Jaques Wagner arrastou o governo para a crise entre Legislativo e Judiciário, que escalou ainda mais hoje, com os pronunciamentos dos ministros do STF...
Jaques Wagner arrastou o governo para a crise entre Legislativo e Judiciário, que escalou ainda mais hoje, com os pronunciamentos dos ministros do STF.
A briga estava até então sendo enfiada no balaio da polarização política. Bolsonaristas, que passaram os últimos anos apedrejando o STF, estariam atrás de tirar poder da cortem.
No final das contas, as coisas acabam sendo diferentes. Quando se fala em limitar poderes de bolsonaristas e do Centrão, não tem como deixar de fora os governistas. A distribuição de poder não se dá por vertente ideológica, mas pela instituição. Tirar poderes ou limitar discursos de um grupo de parlamentares é, em última análise, fazer isso com todo o parlamento.
Agora o parlamento reagiu. Foi de uma forma diferente do que apontavam as análises viciadas na polarização. Não são bolsonaristas contra o STF, é o legislativo reivindicando poder para si.
Além de Jaques Wagner, diversos apoiadores do governo votaram a favor da PEC que limita poderes do Supremo.
O atrito que já vinha da outra legislatura ganhou músculos com votações polêmicas, como a do aborto, das drogas e do marco temporal das terras indígenas.
O Senado soube usar o timing político contra o STF. A matéria foi colocada em pauta quando o ciclo de notícias é dominado pela morte do preso em 8 de janeiro.
O governo tratou de entrar em campo para se distanciar da decisão dos governistas. Rui Costa, da Casa Civil, disse que não se surpreendeu com a posição de Jaques Wagner porque nunca nem discutiram essa PEC. Leva adiante a tese de que não era assunto no governo.
Randolfe Rodrigues correu para as redes dizendo que o posicionamento do colega de partido é inadmissível. Saiu em defesa do STF com veemência. Outros seguiram o mesmo rumo.
Nas redes sociais, tudo parece resolvido. Jaques Wagner continua, entretanto, na liderança. Se o governo fosse realmente contra o que ele fez, tiraria a liderança? Ou isso seria tomar partido a favor do STF e contra o parlamento?
Ainda veremos muitas cenas dos próximos capítulos. O fato é que a briga de Legislativo e Judiciário, que já estava acirrada, agora pega fogo. E o governo, que assistia de camarote, agora foi puxado para o conflito.
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