Felipe Neto, o Excrementíssimo e a liberdade de expressão Felipe Neto, o Excrementíssimo e a liberdade de expressão
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26.04.2024

Felipe Neto, o Excrementíssimo e a liberdade de expressão

Felipe Neto foi ouvido na Câmara para falar do PL das Fake News. Num evento oficial, resolveu chamar Arthur Lira de “Excrementíssimo”

A liberdade de expressão tem dois grandes inimigos, à esquerda e à direita, o duplo padrão e os adolescentes de quarenta anos. O episódio envolvendo Felipe Neto repete a reivindicação clássica de que a regra que vale para você eu posso ultrapassar.

O influencer foi ouvido na Câmara para falar do PL das Fake News. Num evento oficial, resolveu chamar Arthur Lira de “Excrementíssimo”. Eu não tenho nenhum apreço pelo presidente da Câmara, às vezes tenho vontade de xingar também. Como sou adulta, sei que isso tem consequências, chama-se injúria, crime previsto no Código Penal.

Felipe Neto é adulto, resolveu xingar em vídeo e num evento oficial. Arthur Lira resolveu processar por injúria. O influencer reclamou, fez um tuíte dando a entender que está sendo perseguido. Seus defensores logo partiram para cima da direita perguntando “cadê a liberdade de expressão agora”. É o mesmo drama de quinta categoria encenado volta e meia pelos patriotas EAD do bolsonarismo.

A primeira indução ao erro é tentar reduzir o interlocutor ao chiqueiro moral em que essa gente vive. Atacar alguém pelo que a pessoa pensa ou fala é muito diferente de se defender quando você é atacado. Eles tentam igualar as coisas. Difamar alguém, por exemplo, não pode ser moralmente comparável à pessoa difamada que tenta repor a verdade. Os falsos defensores da liberdade de expressão usam essa confusão como método.

Dessa forma, eles se sentem livres para atacar em bando, difamar por anos, ameaçar e perseguir quem não pensa como eles ou quem questiona os ídolos políticos da patota. E dizem estar sendo agredidos se a pessoa que atacaram resolve se defender.
Felipe Neto tentou dizer que “Excrementíssimo” não é para ferir a honra de Arthur Lira. Certamente pensa que está falando para uma plateia de completos idiotas. Deu a entender que processar quem o ofende é cercear a liberdade de expressão.

Ele é conhecido há anos por processar quem fala mal dele. Faz vídeos lendo condenações que determinam retirada de material das redes sociais e pesadas multas a quem ele processou. Ganhou indenizações vultosas e chegou a pedir prisão até de parlamentares. Quando ele faz, é justiça. Quanto fazem com ele, é perseguição.

O mais grotesco é a razão da história toda. Um homem adulto resolve, durante um debate sério de tema nacional, chamar alguém de Excrementíssimo. Há toda uma geração que age assim, como se jamais fosse obrigada a crescer, se portar feito gente grande e assumir as responsabilidades pelo que faz.

Passou da hora de parar de aceitar duplo padrão e levar a sério os adolescentes de quarenta anos. Só defenderemos a liberdade de expressão botando os adultos na sala.

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Felipe Neto, o Excrementíssimo e a liberdade de expressão

Felipe Neto foi ouvido na Câmara para falar do PL das Fake News. Num evento oficial, resolveu chamar Arthur Lira de “Excrementíssimo”

A liberdade de expressão tem dois grandes inimigos, à esquerda e à direita, o duplo padrão e os adolescentes de quarenta anos. O episódio envolvendo Felipe Neto repete a reivindicação clássica de que a regra que vale para você eu posso ultrapassar.

O influencer foi ouvido na Câmara para falar do PL das Fake News. Num evento oficial, resolveu chamar Arthur Lira de “Excrementíssimo”. Eu não tenho nenhum apreço pelo presidente da Câmara, às vezes tenho vontade de xingar também. Como sou adulta, sei que isso tem consequências, chama-se injúria, crime previsto no Código Penal.

Felipe Neto é adulto, resolveu xingar em vídeo e num evento oficial. Arthur Lira resolveu processar por injúria. O influencer reclamou, fez um tuíte dando a entender que está sendo perseguido. Seus defensores logo partiram para cima da direita perguntando “cadê a liberdade de expressão agora”. É o mesmo drama de quinta categoria encenado volta e meia pelos patriotas EAD do bolsonarismo.

A primeira indução ao erro é tentar reduzir o interlocutor ao chiqueiro moral em que essa gente vive. Atacar alguém pelo que a pessoa pensa ou fala é muito diferente de se defender quando você é atacado. Eles tentam igualar as coisas. Difamar alguém, por exemplo, não pode ser moralmente comparável à pessoa difamada que tenta repor a verdade. Os falsos defensores da liberdade de expressão usam essa confusão como método.

Dessa forma, eles se sentem livres para atacar em bando, difamar por anos, ameaçar e perseguir quem não pensa como eles ou quem questiona os ídolos políticos da patota. E dizem estar sendo agredidos se a pessoa que atacaram resolve se defender.
Felipe Neto tentou dizer que “Excrementíssimo” não é para ferir a honra de Arthur Lira. Certamente pensa que está falando para uma plateia de completos idiotas. Deu a entender que processar quem o ofende é cercear a liberdade de expressão.

Ele é conhecido há anos por processar quem fala mal dele. Faz vídeos lendo condenações que determinam retirada de material das redes sociais e pesadas multas a quem ele processou. Ganhou indenizações vultosas e chegou a pedir prisão até de parlamentares. Quando ele faz, é justiça. Quanto fazem com ele, é perseguição.

O mais grotesco é a razão da história toda. Um homem adulto resolve, durante um debate sério de tema nacional, chamar alguém de Excrementíssimo. Há toda uma geração que age assim, como se jamais fosse obrigada a crescer, se portar feito gente grande e assumir as responsabilidades pelo que faz.

Passou da hora de parar de aceitar duplo padrão e levar a sério os adolescentes de quarenta anos. Só defenderemos a liberdade de expressão botando os adultos na sala.

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