De tanto patrulhar humorista, esquerda não consegue mais se defender dos memes
A esquerda se transformou em uma patrulha moral ao substituir a luta de classes pela agenda identitária. Tornou-se rígida, perdeu o humor
Na guerra das redes sociais, a esquerda tem sofrido uma derrota significativa e o governo está claramente em apuros. Mesmo com vastos recursos financeiros, apoio de aliados influentes e meios de comunicação partidários pedindo investigações e prisões de quem faz memes – como o jovem que colocou um meme na Times Square – a esquerda não consegue reverter a situação. Em algum momento, a esquerda perdeu seu domínio digital, embora tenha sido pioneira com os MAVs, militantes em ambientes virtuais. O PT concebia a ideia, tudo era institucional e chegava ao público para ser replicado.
A dinâmica das redes sociais é diferente. A militância de direita opera de forma mais espontânea e só depois é capturada para o institucional. Nos problemas enfrentados pelo governo Bolsonaro, as pessoas da área digital não eram inicialmente ligadas a partidos ou ao governo, mas atuavam de forma espontânea e depois eram integradas ao institucional. Na lógica das redes sociais, quem parte do que já faz sucesso para levar à política tem uma vantagem enorme, e a direita soube explorar isso.
A esquerda se transformou em uma patrulha moral ao substituir a luta de classes pela agenda identitária. Tornou-se rígida, perdeu o humor e a capacidade de fazer piadas. Ao encontrar uma piada, a tendência é problematizar e processar quem a fez, retirando empregos e patrocínios de humoristas. Embora a direita também faça isso, a esquerda o faz com orgulho, como se estivesse defendendo as minorias. O resultado é que o humor virou um tabu e poucos ainda sabem lidar com piadas.
Os esquerdomachos perseguem mulheres, chamando-as de velhas ou vagabundas, dizendo para fazer botox ou arrumar um homem. Como provam que não são machistas? Chamando de machista e perseguindo quem conta piada. Nesse ambiente, a esquerda sufocou o humor, que é mais poderoso do que qualquer esquema organizado que um político possa querer comprar.
Se fosse possível pagar para fazer memes viralizarem, a esquerda já teria feito isso. Vimos cursos de meme promovidos pela CUT, Revista Fórum e Janones, mas não funcionam.. Estão em um período semelhante ao que ocorreu na União Soviética, quando decidiram proibir os humoristas, e as piadas aumentaram, criando um nicho humorístico contra o regime soviético.
A alegação de que os memes contra Haddad são pagos é ridícula. Alguns jornalistas têm dito que é um trabalho profissional, espero que seja por má-fé. Se realmente acreditam nisso, ignoram a IA generativa e a dinâmica da internet, informações necessárias para fazer qualquer análise do caso.
Pode até haver gente paga que entrou nessa onda do meme, como influencers, administradores de redes sociais e deputados com suas equipes. Eles vão impulsionar e colocar dinheiro, como o rapaz que colocou o meme na Times Square.
Mas não há dinheiro no mundo que planeje uma campanha como essa. Aliás, verdade seja dita, nada turbinou mais essa campanha do que o PT reagindo de forma exagerada como reagiu. Dá até para desconfiar de fogo amigo, mas não vamos nos render às teorias da conspiração.
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