Lula sacramenta a fusão dos poderes Executivo e Judiciário Lula sacramenta a fusão dos poderes Executivo e Judiciário
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Com Janja a tiracolo, Lula sacramenta a fusão dos poderes Executivo e Judiciário

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 11.01.2024 19:09 comentários
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Com Janja a tiracolo, Lula sacramenta a fusão dos poderes Executivo e Judiciário

Com o cenário montado hoje para o anúncio de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça, Lula sacramenta a...

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Com Janja a tiracolo, Lula sacramenta a fusão dos poderes Executivo e Judiciário
Arte: O Antagonista

Com o cenário montado hoje para o anúncio de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça, Lula sacramenta a fusão dos poderes Executivo e Judiciário. A partir de agora, fica realmente muito difícil desfazer essa confusão institucional.

Toda vez que ocorre um marco desses, surge a turba adestrada na apoteose da superficialidade a perguntar se “só agora você percebeu isso”. São os videntes de passado, uma praga nacional. Basta algo acontecer para que digam ter previsto e, mais ainda, digam que a novidade é igualzinha a algo completamente diferente ocorrido no passado.

O que mudou agora? O sacramento. Pense num casal que pretende se casar, ambos católicos, que precisam de um sacramento para isso. Eles vão se conhecer, namorar, noivar. As famílias vão se conhecer, planos serão feitos, memórias serão construídas.

No dia do casamento, geralmente os adultos sabem que é um casamento e qual a diferença entre isso e a convivência anterior.
É precisamente o que ocorreu no dia de hoje entre Executivo e Judiciário. Lula celebrou o casamento.

Em política não existe espontaneidade. Quando o público enxerga espontaneidade, quer dizer que o sucesso em montar o cenário foi absoluto. Nada do que ocorreu foi à toa.

O anúncio do novo ministro foi absolutamente atípico. Lula juntou na mesma cena Flavio Dino, o político que ele manda ao STF, com Ricardo Lewandowski, o ministro do STF que ele transforma em político. O mais curioso é que nenhum deles fala, só Lula fala.

As duas indicações ficam emboladas, como se fossem uma coisa só, um só Poder e não dois. O cruzamento complica ainda mais. Lula falou claramente que colocou no STF uma pessoa que é político de carreira, com experiência em perder e ganhar eleições. Também coloca em seu time político um ministro do STF que ele próprio nomeou. Os dois estão ali, tocando conforme a batuta do maestro Lula, o único a falar.

Num momento em que já se fala muito sobre a proximidade de Executivo com Judiciário, numa oposição contra o Legislativo, a imagem não é à toa. Ela sacramenta a ideia, celebra o casamento.

A cereja do bolo é a presença da primeira-dama, dona Janja, que também entrou muda e saiu calada. É uma cena icônica que mostra Lula como se estivesse na própria casa, agindo como chefe de família, não como o presidente de uma nação.

A presença de alguém que não faz parte do governo dá um tom de informalidade que maximiza a ideia de poder de Lula. Ele não precisa da formalidade do cargo para mandar, faz isso até na sala de casa. Homens poderosos, como o ministro que vira político e o político que vira ministro, ficam ali calados e sorriem para fotos excessivamente posadas.

A foto do casamento é digna de porta-retratos. Existe apenas um único mistério ali: por que Janja estava vestida com as cores do Partido Novo justo nessa ocasião? Jamais saberemos.

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