Bolsonaro e Guedes mandam aquele abraço à responsabilidade fiscal
De um lado, tem-se um governo disposto a torrar dinheiro que não tem, para bancar um benefício eleitoreiro bilionário, e a fazer manobras contábeis para fingir que não está furando o teto de gastos. Do outro, um mercado financeiro que já deu os seus recados mais de uma vez, com a queda na Bolsa e o aumento do dólar, mas que se esforça para acreditar no que é dito nessas coletivas patéticas que Paulo Guedes dá, ao lado de Jair Bolsonaro, a cada pânico que se instala...
De um lado, tem-se um governo disposto a torrar dinheiro que não tem, para bancar um benefício eleitoreiro bilionário, e a fazer manobras contábeis para fingir que não está furando o teto de gastos. Do outro, um mercado financeiro que já deu os seus recados mais de uma vez, com a queda na Bolsa e o aumento do dólar, mas que se esforça para encontrar algo de tranquilizador no que é dito nessas coletivas patéticas que Paulo Guedes dá, ao lado de Jair Bolsonaro, a cada pânico que se instala (uma parte do mercado também adora simular pânico, para ganhar lá na frente).
A verdade é que a disputa entre a ala política e a equipe econômica já chegou ao seu termo. A equipe econômica foi vencida, como mostram as defecções passadas e recentes. Paulo Guedes é um bobo da corte, que se passa por fiel da balança e só serve para manter (mal) as aparências de que o governo precisa, para tentar segurar a onda. O lapso do ministro da Economia, quando disse que “entra agora o André Esteves”, ao anunciar o substituto do secretário Bruno Funchal, é ilustrativo de quais interesses ele atende e por que não pede para sair. É por isso que Jair Bolsonaro diz que tem “absoluta confiança nele”. Quem não teria?
É um jogo de faz de conta. Jair Bolsonaro enterrou a responsabilidade fiscal e só pensa em reeleger-se, o que implica também atender aos apetites do Centrão. Nada mais interessa. A mensagem do presidente da República está clara e foi desenhada por Paulo Guedes na coletiva de hoje: para vocês que me elegeram por causa do discurso liberal, aquele “abraço do social“.
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