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Antissemitismo petista de Genoino é a banalização do mal

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 22.01.2024 20:02 comentários
Opinião

Antissemitismo petista de Genoino é a banalização do mal

A reação quando Monark se disse a favor da existência de um partido nazista no Brasil foi implacável. Eu discordo dele...

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Antissemitismo petista de Genoino é a banalização do mal
Arte: O Antagonista

A reação quando Monark se disse a favor da existência de um partido nazista no Brasil foi implacável. Eu discordo dele. Há, no entanto, partido nazista nos Estados Unidos. José Genoino e a trupe petista envolvida numa live deram um passo além no antissemitismo.

Não são a favor da circulação de ideias com essa origem nefasta, mas da repetição da primeira medida implementada pelo Terceiro Reich contra os judeus, o boicote econômico.

Não fica muito claro qual é a ideia que o ex-deputado e ex-preso por corrupção acha boa. Pode ser um boicote à moda estatal, como já tivemos, ou pode ser um boicote popular.

Durante muitos anos eu imaginava como o mundo assistiu ao Holocausto sem ter feito nada para evitar. Não estamos falando apenas dos monstros que promoveram isso, mas de gente normal e honrada que nada fez para evitar. Como isso acontece? Recentemente, a vida tem desenhado essa dinâmica bem na minha cara.

Para alguns pode ser assustador que surja a ideia de boicote contra negócios de judeus. Para mim não. Vivo consciente de que o mal está sempre à espreita. O que me assusta é a normalidade após uma declaração dessas.

A banalidade do mal encontrou abrigo seguro no extremismo político e na conversão desses extremistas praticamente em membros de seitas, que medem o mundo pela adesão ou não ao próprio grupo.

Há no Brasil um contingente significativo mas minoritário de gente que se divorciou da realidade para adorar um político. Eles são barulhentos, dominam o debate público, atacam com ferocidade quem questionar seus ídolos e são implacáveis com quem não se decide por um dos dois santos de barro da política nacional.
É uma legião de autoritários que enxerga o rechaço ao populismo como estar em cima do muro. Você tem de engolir um populista. Ou o deles, para que o grupo te abrace, ou o outro, para que o grupo possa destruir você.

O caso do antissemitismo acaba capturado por essa lógica. “Quem é de fora do meu grupo é mau e deve ser exterminado. Quem pertence ao meu grupo pode tudo”. Foi antissemita a declaração de um político? Depende. Dentro do próprio grupo ele jamais será antissemita, foi um mal entendido, um equívoco, distorceram o contexto. Caso pertença ao grupo oposto, é definitivamente criminoso.

Nessa lógica da relativização se perdem os conceitos de certo e errado, moral e imoral, justo e injusto. De nada valem, importa apenas o pertencimento ao grupo.

Como disseram vários grandes personagens da história, o mal não vence porque é melhor, vence quando os bons silenciam. “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons”, cravou Martin Luther King.

A maioria das pessoas não concorda com a relativização. Resta saber se, neste século, serão capazes de sair da inércia ou irão novamente se agachar diante dos mais violentos esperando que eles deixem de ser violentos por mágica.

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